O primeiro-ministro da Grécia, Lucas Papademos, deve dedicar os próximos dois dias a discussões com os líderes dos três partidos que compõem a coalizão de governo do país, em busca de um consenso em torno de mais reformas econômicas e de uma nova rodada de medidas de austeridade exigidas pela União Europeia, pelo FMI e pelo Banco Central Europeu (BCE) como condição para a concessão de um segundo pacote de ajuda financeira.
Ao mesmo tempo, no fim de semana chegarão a Atenas funcionários do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), a associação de bancos sediada em Washington que representa os credores privados da Grécia, para tentar concluir as negociações para a reestruturação da dívida do país com o setor privado.
As novas medidas de austeridade que vêm sendo discutidas incluem cortes de salários no setor privado e novas reduções nas pensões da Seguridade Social. Ontem, representantes da central sindical GSEE e de três entidades empresariais se reuniram e concordaram em fazer frente comum contra cortes nos salários. Eles convidaram o governo a participar de conversações sobre outras formas de reduzir os custos das empresas e aumentar a competitividade. "Há um consenso entre os parceiros sociais. O governo é obrigado a respeitar isso e a pressionar nossos credores a respeitarem também", disse o presidente do GSEE, Yannis Panagopoulos.
Em Frankfurt, o chairman do IIF, Josef Ackermann, que também é executivo-chefe do Deutsche Bank, confirmou que vai a Atenas no fim de semana, acompanhado pelo diretor-gerente da associação, Charles Dallara; ele disse acreditar que falta pouco para que um acordo para a reestruturação da dívida grega seja concluído.
Caso esse acordo seja alcançado e os partidos políticos gregos manifestem formalmente sua concordância com novas medidas de austeridade, os ministros das Finanças dos países da zona do euro deverão se reunir em Bruxelas na próxima segunda-feira para aprovar o segundo pacote de ajuda financeira para a Grécia. De qualquer maneira, a redução no valor de face dos bônus gregos em poder do setor privado não deverá se aplicar aos bônus gregos em poder do BCE e dos bancos centrais dos 17 países da zona do euro.
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