A Grécia pediu que seus parceiros da zona do euro relaxem as metas de déficit do país, que enfrenta dificuldades para cumprir os rígidos termos do acordo de ajuda financeira acertado em 2010 contou um representante de um governo da zona do euro. Segundo ele, o pedido foi feito num encontro entre autoridades gregas e da União Europeia realizado na noite de sexta-feira (6) em Luxemburgo.
Entre os participantes da reunião estavam os ministros das Finanças da Alemanha, França e Grécia, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, e o presidente do Eurogrupo (países que adotoram o euro), Jean-Claude Juncker.
"A Grécia pediu especificamente que a meta de 3% para o déficit do Orçamento em 2014 seja adiada por pelo menos dois anos", disse a fonte. A Alemanha mostrou-se contrária ao alívio da meta e, em vez disso, propôs a extensão do vencimento dos bônus gregos que expiram em 2012. Na reunião, a Alemanha defendeu que qualquer empréstimo adicional à Grécia seja parte de um pacote que inclua termos mais duros e negociações entre a Grécia e os detentores de bônus sobre uma reestruturação voluntária dos títulos do país.
"O presidente do Banco Central Europeu se opôs fortemente a isso", acrescentou a fonte, segundo a qual a questão da Grécia será "amplamente discutida" na reunião dos ministros de Finanças da União Europeia marcada para os próximos dias 16 e 17. A Comissão Europeia, a França e outros também são contrários à reestruturação da dívida grega, por temerem que piore a fuga de capital de outros membros endividados da zona do euro e prejudique o sistema bancário grego.
De acordo com a fonte, a Grécia admitiu que provavelmente não conseguirá retornar ao mercado de bônus no próximo ano e poderá precisar recorrer à Linha de Estabilidade Financeira Europeia, novo fundo de socorro da União Europeia, para se financiar. A necessidade de financiamento de longo prazo da Grécia é estimada em 27 bilhões de euros em 2012.
Juncker disse a jornalistas depois do encontro de sexta-feira em Luxemburgo que se decidiu que a Grécia precisa de mais um programa de ajuste, mas excluiu a reestruturação da dívida soberana do país.