O governo grego manteve as exigências nesta segunda-feira (15) de que seus credores proponham termos menos duros para um acordo de reformas em troca de recursos após as negociações terem falhado, deixando Atenas um pouco mais perto do default (calote) que pode tirá-la da zona do euro.
A mais recente de uma série de negociações terminou depois que a Comissão Europeia mais uma vez descartou propostas do lado grego em Bruxelas no fim de semana. Credores disseram que Atenas falhou em oferecer qualquer coisa nova para garantir recursos a fim de pagar 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no final de junho.
Após o que chamou de última tentativa de solução, a Comissão disse que os ministros de Finanças da zona do euro vão lidar com a questão quando se reunirem na quinta-feira (18). Saturada com anos de austeridade, Atenas tem recusado as exigências para elevar impostos e cortar aposentadorias para reduzir seu déficit fiscal.
Em suas primeiras declarações públicas desde que as negociações falharam, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, disse nesta segunda-feira que a Grécia vai aguardar que seus credores se tornem mais realistas e os acusou de fazer exigências nada razoáveis por fins políticos.
“Só se pode ver uma intenção política na insistência dos credores em novos cortes de aposentadorias após cinco anos de pilhagem sob os resgates”, disse Tsipras em comunicado ao jornal grego Ton Syntakton.
“Vamos aguardar pacientemente até que as instituições alcancem o realismo”, disse ele. “Não temos o direito de enterrar a democracia europeia no lugar onde ela nasceu.”
Concessões feitas à Grécia já são significativas, diz Comissão Europeia
A Comissão Europeia afirmou nesta segunda-feira que os credores internacionais já fizeram concessões substanciais à Grécia e suas exigências são válidas e fazem total sentido econômico.
“Permanecemos prontos, se houver alguma coisa nova... Se houver algo novo ficaremos muito felizes em nos empenhar como mediadores para levar essas negociações adiante”, disse o porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas, em entrevista à imprensa.
A porta-voz de política econômica da Comissão, Annika Breidthardt, afirmou que o pacote proposto pelas instituições é substancial, válido e faz total sentido econômico.
“As propostas atendem às necessidades do povo grego, do governo grego, mas também dos outros 18 Estados membros (da zona do euro)”, disse ela.
“As metas já foram reduzidas de forma significativa... Não é uma rua de mão única.”
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