Sindicatos gregos anunciaram nesta quarta-feira que organizarão uma greve nacional de 24 horas no dia 20 de maio, o segundo grande protesto contra as rígidas medidas de austeridade implementadas pelo governo em troca de bilhões de euros em ajuda.
Os principais sindicatos do setor público e privado lideraram a marcha de 50 mil trabalhadores há uma semana, na qual centenas de gregos enfurecidos lutaram com a polícia nas ruas do centro de Atenas e três pessoas morreram em um incêndio provocado por uma bomba de gasolina em um banco local.
Nesta quarta-feira, os trabalhadores protestarão na capital grega a partir do meio-dia (horário de Brasília), manifestação que dará indícios sobre o humor da população antes da grande passeata na semana que vem.
Novos dados divulgados nesta quarta-feira mostraram que a economia da Grécia encolheu 0,8% no primeiro trimestre comparado aos últimos três meses de 2009.
As medidas de austeridade, prometidas em troca do pacote de resgate de 110 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), devem manter a economia em recessão ao longo de 2011.
"O FMI não vai parar de salivar pelo sangue dos trabalhadores", disse Yannis Panagopoulos, presidente do principal sindicato do setor privado da Grécia, o GSEE. "Suas receitas são um desastre e o governo precisa recusá-las."
O governo socialista do país revelou na segunda-feira uma proposta de lei para elevar a idade média de aposentadoria e cortar benefícios, o que irritou ainda mais os sindicatos que já se opunham a medidas anteriores, como reduções nos salários do setor público e aumento de impostos.
A contração do primeiro trimestre não foi tão ruim quanto economistas esperavam, mas as medidas de austeridade devem restringir fortemente o consumo doméstico, importante indutor da economia de 240 bilhões de euros da Grécia.
Dados mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) grego encolheu 2,3% em uma base anual nos primeiros três meses do ano. O governo prevê que a economia encolherá 4% no ano como um todo.