A greve dos trabalhadores da Petrobras, iniciada durante a madrugada, atinge todas as refinarias, terminais, plataformas, campos de produção e unidades operacionais da estatal no país, disse nesta quinta-feira a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne sindicatos.

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Os trabalhadores pedem o cancelamento do leilão da área petrolífera de Libra, no pré-sal, marcado para segunda-feira, além de melhorias salariais.

A greve segue por tempo indeterminado, disseram os sindicatos.

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A Petrobras informou que está tomando, como de praxe neste tipo de situação, todas as medidas necessárias para garantir suas operações, "de modo a não haver qualquer prejuízo às atividades da empresa e ao abastecimento do mercado, sendo mantidas as condições de segurança dos trabalhadores e das instalações da companhia". A estatal, contudo, não respondeu quais os eventuais impactos da paralisação na sua produção.

Segundo a FUP, a operação nas unidades da maioria das regiões do país está sendo mantida pelas equipes de contingência da Petrobras, formadas por gerentes, supervisores e outros profissionais que normalmente não executam as tarefas de rotina das refinarias, plataformas e terminais.

"Coloca em risco a segurança das equipes e das próprias unidades", disse a federação, em nota.

Na Bacia de Campos, a greve teve adesão de pelo menos 39 plataformas, que foram entregues pelos trabalhadores às equipes de contingência que a Petrobras embarcou, disse a entidade sindical.

O sindicato dos trabalhadores do norte fluminense, que reúne trabalhadores da importante Bacia de Campos, disse que 15 unidades foram entregues com a produção de petróleo parada, e outras 24 foram entregues produzindo.

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Em Duque de Caxias, onde está a Reduc, importante refinaria do sistema da Petrobras, a adesão à greve é de 100 por cento, disse a FUP.

"Estamos dando um recado que o povo brasileiro é contra o leilão de Libra", disse à Reuters o coordenador-geral da FUP, João Antônio de Moraes. "Nós esperamos que a paralisação siga até o governo suspender o leilão", afirmou Moraes.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) garante a realização do leilão, agendado para a tarde do dia 21.

"Não existe nenhuma possibilidade de não ter leilão, mesmo que os protestos se avolumem", afirmou a diretora-geral da autarquia, Magda Chambriard, em evento no Rio de Janeiro.

Ministério de Minas e Energia

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Em Brasília, pouco mais de 100 trabalhadores invadiram a sede do Ministério de Minas e Energia na manhã desta quinta-feira, informou a Polícia Militar do Distrito Federal.

Uma decisão judicial determinou a saída dos manifestantes da sede do MME, "sem prejuízo ao direito de manifestação, estabelecendo que fiquem a uma distância de 100 metros do prédio", conforme informou a Advocacia-Geral da União (AGU) em nota.

Segundo a AGU, os advogados da União recorreram à Justiça para evitar que a ocupação pudesse gerar mais transtornos aos servidores e demais pessoas que não estão participando do ato e necessitam acessar as instalações do MME.

A 5ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal acatou o pedido dos advogados da AGU, destacando que "embora seja livre a manifestação de pensamento e de reunião, eventual discordância com determinada decisão governamental, não legitima o esbulho do imóvel funcional, obstando a entrada e saída de servidores, empregados e demais interessados", informou a AGU.

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