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Paralisação

Servidores do Banco Central fazem greve e cobram benefícios do governo dados a outros órgãos

Banco Central
Expectativa do sindicato é de que 70% dos funcionários cruzem os braços durante a mobilização, que pode afetar serviços. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Os funcionários do Banco Central estão programando uma greve de 24 horas para esta quinta-feira (11) que pode levar a um “apagão” em todos os serviços do órgão, incluindo a divulgação de informações, manutenção de sistemas do Pix e impactos em projetos em andamento, como o da moeda digital (Drex).

O Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal) informou que mais de 70% dos servidores devem aderir à greve, motivados pela insatisfação com o que consideram “concessões assimétricas” oferecidas a outras categorias do funcionalismo público. O sindicato destaca benefícios aprovados para auditores da Receita Federal e servidores da Polícia Federal como exemplos.

“A greve tem como pano de fundo os indicativos de acentuação das já injustificáveis assimetrias diante de carreiras congêneres. A presença de todos os colegas ativos é indispensável para que possamos buscar avanços, em especial no âmbito da mesa específica com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, logo neste início de ano”, disse o sindicato em nota.

A paralisação também visa os cargos com funções comissionadas. O Sinal afirma que os servidores se comprometeram a entregar essas funções no início de fevereiro, caso as negociações com o governo não avancem. A saída dos comissionados pode impactar a estrutura administrativa do BC, deixando vagos cargos de gerentes e coordenadores essenciais para autorizar a execução dos serviços.

O sindicato expressou preocupação com a falta de diálogo e a abordagem autoritária do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em questões relevantes, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Independência do Banco Central. “Alegado açodamento autoritário do presidente do BC na abordagem de questões relevantes”, ressaltou o sindicato.

Fábio Faiad, presidente do Sinal, acusa Campos Neto de agir como um “autocrata” ao tentar corrigir diferenças salariais na cúpula do órgão, retirando-os do teto constitucional. Ele sugere que diretores insatisfeitos busquem outras empresas que atendam suas expectativas salariais, ao invés de tentar modificar a estrutura do BC.

“Poderá haver novas paralisações nas próximas semanas, no sentido de recrudescer a luta da categoria”, pontuou o sindicato. O Banco Central ainda não se pronunciou sobre a paralisação.

Os trabalhadores estão reivindicando ao governo Lula a criação de uma “retribuição por produtividade institucional”, reajuste nas tabelas remuneratórias, exigência de nível superior para o cargo de técnico e a mudança do nome do cargo de analista para auditor.

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