Trabalhadores gregos faltaram ao trabalho, nesta quarta-feira (20), em um protesto nacional contra cortes de salários e impostos elevados, deixando barcos ancorados nos portos, escolas públicas fechadas e hospitais operando apenas com equipes de emergência. Os dois maiores sindicatos da Grécia deixaram grande parte do país quase falido paralisada durante uma greve de 24 horas sobre os cortes de pagamentos, que dizem apenas aprofundar a situação crítica de um povo que luta para enfrentar a maior crise da história do país em tempos de paz.
Representando cerca de 2,5 milhões de trabalhadores, os sindicatos já entraram em greve várias vezes desde a erupção da crise da dívida da Europa no final de 2009, desafiando as medidas do governo para implementar reformas necessárias para ajustar as contas do Estado.
"A greve é a nossa resposta às políticas sem saída que espremeram a vida dos trabalhadores, empobreceram a sociedade e mergulharam a economia em recessão e crise", disse o sindicato do setor privado GSEE, que está organizando a greve com seu irmão do setor público ADEDY. "Nossa luta vai continuar por quanto tempo essas políticas forem implementadas", disse.
O governo de coalizão do premiê Antonis Samaras, há oito meses no poder, está ansioso para mostrar que vai implementar as reformas que prometeu à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional, que socorreram a Grécia duas vezes com mais de 200 bilhões de euros.
Ele adotou medidas linha dura com os trabalhadores em greve, invocando as leis de emergência duas vezes este ano para ordenar marinheiros e trabalhadores do metrô a retornarem a seus postos de trabalho depois de uma semana de greves que paralisaram o transporte público em Atenas e provocaram escassez de alimentos em ilhas.
Mas em um sinal de que está cedendo sob pressão, o governo anunciou na segunda-feira que não iria demitir cerca de 1.900 funcionários públicos destinados à possível demissão, apesar de ter prometido aos credores estrangeiros que tentaria cortar a folha de pagamento pública.