Greve dos servidores dos Correios vai atingir quatro estados do país. Sindicato afirma que não chegou a acordo coletivo.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Os servidores dos Correios dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Tocantins vão entrar em greve a partir desta quinta (23), por conta de questões relacionadas ao acordo coletivo da categoria. A paralisação foi aprovada na manhã desta quarta (22) e vai ocorrer às vésperas da Black Friday, data em que se espera um aumento no trânsito de mercadorias no país.

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De acordo com um comunicado divulgado no meio da manhã, a Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios), que representa os sindicatos dos quatro estados e da cidade de Bauru (SP), afirma que a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) se “recusa” em “corrigir inconsistências apontadas pela federação”. "Sem correção, sem Black Friday", afirma.

“Ao longo dos últimos 50 dias, a Findect buscou diálogo, porém, a resposta da direção, liderada por Fabiano Silva, foi inadequada, negligenciando as legítimas demandas dos trabalhadores.”, disse a entidade em nota.

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A federação afirma que há 26 pontos discutidos, sendo o mais crucial deles a não incorporação de R$ 250 ao salário-base, que haviam sido acertados em uma mesa de negociação coletiva. Segundo a federação, a ECT propôs um pagamento escalonado do benefício, o que "não traria benefício algum aos trabalhadores".

“Essa tentativa da ECT de transformar o reajuste salarial em uma medida superficial, sem impacto duradouro, é uma clara ameaça aos direitos e à estabilidade financeira da categoria”, afirmou.

Apesar das assembleias sindicais ainda não terem sido completamente realizadas, a federação informou que todos os sindicatos já encaminharam para a paralisação dos servidores.

A Findect complementou, e disse ainda que a "iminente tributação sobre a bonificação de R$ 1500 em janeiro representa um sério risco de redução substancial desses valores, agravando os prejuízos para os trabalhadores já sujeitos a descontos abusivos".

Além da negociação das bonificações, a entidade pede também a realização de concurso público, melhorias no planos de saúde e "condições laborais dignas, diante de uma carência de concurso e um efetivo defasado há mais de uma década".

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Segundo a Findect, os cinco sindicatos representam 60% do fluxo postal de encomendas e 40% do efetivo de funcionários de todo o país. A assessoria da federação aponta que a paralisação aprovada nesta quarta (22) será agravada também por conta dos trabalhadores terceirizados que já estão de braços cruzados por falta de pagamento.

A federação informou, ainda, que vai realizar um ato no Rio de Janeiro nesta quinta (23) para cobrar a devolução de recursos do fundo de aposentadoria Postalis de um banco dos Estados Unidos.

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A aprovação da greve ocorre, ainda, um dia depois dos Correios anunciarem um desconto de até 30% aos consumidores para o envio de encomendas durante a Black Friday.

“Na edição da Black Friday deste ano, os Correios, entidade vinculada ao Ministério das Comunicações (MCom), vão oferecer descontos de até 30% nos envios de encomendas nacionais e internacionais. A iniciativa abrange desde o consumidor comum até os grandes empresários”, disse o ministério em nota (veja na íntegra).

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A paralisação será por tempo indeterminado. Os Correios se pronunciaram à Gazeta do Povo no começo da manhã desta quinta (23) e afirmaram que estão preparando uma série de medidas para conter os efeitos da paralisação.

Dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) apontam que a Black Friday deste ano deve bater recorde de vendas e faturar R$ 4,64 bilhões, um aumento de 4,3% em relação ao ano passado. Os segmentos de eletroeletrônicos, utilidades domésticas, móveis e eletrodomésticos devem responder por quase metade da movimentação financeira prevista, diz a entidade.

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