A greve dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sem data para acabar, continua a prejudicar a movimentação do Porto de Paranaguá. Ao longo da semana, segundo informações da Administração do Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), ao menos cinco navios não conseguiram atracar por falta de emissão do certificado de livre-prática, que libera a entrada e a saída de pessoas a bordo dos navios, o abastecimento das embarcações e a operação no porto. Um deles até deu meia-volta e desistiu de usar Paranaguá. Ainda ontem, 127 navios estavam ao largo do terminal portuário e outros seis devem ser impedidos de atracar durante o fim de semana. Os dois berços do Terminal de Contêineres (TCP) estão ociosos.
Desde segunda-feira, dia 16 de julho, a Anvisa não emite nenhum certificado e, segundo estimativas do Sindicato dos Operadores Portuários (Sindop), o prejuízo diário neste fim de semana deve chegar R$ 3 milhões. "Os custos da operação são muito altos e vão desde a perda de itinerários em outros portos a não movimentação de contêineres, passando pela estadia de contêineres, e em alguns casos, pela taxa de demurrage, que é a estadia do navio. Tendo em vista estes gastos, calculamos um prejuízo de R$ 300 mil por dia para cada navio", diz Fernando Muniz, advogado Sindop.
"Se as licenças não forem emitidas os resultados negativos podem ser maiores e a tendência é que cada vez mais berços do porto fiquem ociosos", diz Argyris Ikonomou, presidente do Sindicato das Agencias de Navegação Marítima do Estado do Paraná (Sindapar).
Para remediar esta situação, o Sindapar entrou na quarta-feira com pedido de mandado de segurança para que a Anvisa volte a emitir os certificados. A expectativa é de que até o início da semana a Justiça se manifeste favoravelmente ao pedido e os certificados comecem novamente e ser emitidos. Para tentar agilizar a situação, o Sindop também entrou com um agravo de Instrumento perante o Tribunal Regional Federal da 4.º Região em Porto Alegre.