O protesto dos caminhoneiros liderado pelo Comando Nacional do Transporte já bloqueou rodovias em diversos estados, entre a madrugada e a manhã desta segunda-feira, 9, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Os transportadores pedem redução no preço do óleo diesel, uma tabela de preços mínimos para o frete e a saída da presidente da República, Dilma Rousseff, do poder.
Houve bloqueios parciais na BR-381, em Minas Gerais, próximo do município de João Monlevale, e na BR-262, em Igaratinga; em Santa Catarina, na BR-280, em São Bento do Sul, e na BR-282, em Campos Novos; no Rio Grande do Sul, na BR-448, em Porto Alegre, mas a PRF informou que o trânsito já foi total ou parcialmente liberado.
Por volta das 6 horas, os caminhoneiros também realizaram uma manifestação na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, o que provocou filas de nove quilômetros na via nesse horário.
Quase toda a movimentação vem sendo organizada via aplicativos de celular e pelas redes sociais, mas não conta com a adesão de boa parte das entidades nacionais que representam o setor.
Um dos líderes da categoria e organizador da paralisação, Ivar Schmidt afirma que a luta é pela renúncia da presidente Dilma Rousseff. Ele está à frente do “Comando Nacional do Transporte” e garante que os caminhoneiros, agora, somente vão negociar “com o próximo governante”. O movimento informa ainda bloqueios no Rio Grande do Norte, na BR 304, e na BR-153, em Goiânia, além de caminhões parados no Tocantins.
A greve ganhou o apoio de grupos como Movimento Brasil Livre e Vem pra Rua. Os líderes do movimento garantem já ter grande apoio também de caminhoneiros de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A expectativa é atingir pelo menos 70% do país inicialmente.
Em São Paulo
O protesto dos caminhoneiros chegou à cidade de São Paulo no fim da manhã. Por volta das 11h50 (de Brasília), os manifestantes bloqueavam a marginal Tietê, próximo à ponte da Casa Verde.
De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), os caminhoneiros ocupavam duas faixas da via expressa, sentido rodovia Ayrton Senna. As faixas locais estão liberadas para o tráfego. O órgão informou também que há lentidão entre a ponte dos Remédios e a ponte da Casa Verde.
A polícia não soube informar quantos caminhoneiros protestavam no local. Também não há previsão de abertura das faixas.
Contra
Várias entidades que representam o setor se manifestaram contra esse movimento e veem interesses políticos por trás dessa paralisação. Para o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Bens no Estado do Pará (Sindicam-PA), a greve é organizada “por pessoas que não fazem parte da categoria e estão aproveitando o momento de dificuldade que o país passa”.
Já a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens) diz que “os problemas que afetam a categoria são muitos e que, para resolvê-los, é preciso coesão e sabedoria”.
Entidades de Goiás e Tocantins também assinaram, juntos, um documento contra a greve.
Principal alvo dos sindicatos, Ivar Schmidt tem 44 anos, mora em Mossoró (RN) e nega qualquer vínculo partidário. Caminhoneiro, ele começou a se destacar há um ano e, em 2015, criou o “Comando Nacional do Transporte”.
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