A greve dos caminhoneiros gerou tumulto na madrugada de quinta-feira na região Central do Paraná. O posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Guarapuava registrou depredação de cerca de 20 caminhões de motoristas que não aderiram à manifestação na BR-277 entre Irati e a região de Guarapuava. Como nenhum motorista relatou as ocorrências à PRF, os agentes não puderam chegar aos responsáveis.
No caso mais grave, às 21 horas ainda de quarta-feira, um motorista de um veículo de carga foi atingido por uma pedra no quilômetro 347 da BR-277. A PRF atendeu a ocorrência e ele foi encaminhado com ferimentos leves para um hospital de Guarapuava, sem gravidade.
Em decorrência dos registros, a Justiça Federal proibiu a interdição do tráfego de caminhões na BR-277. A proibição foi concedida pela juíza Cristiane Maria Bertolin Polli depois de a EcoCataratas concessionária que administra a rodovia solicitar o recurso. A decisão prevê multa de R$ 1 mil por hora de bloqueio a cada um dos manifestantes identificados em caso de desobediência à ordem judicial.
No final da tarde de quarta-feira, em Mandirituba, quatro caminhoneiros foram presos pela PRF local depois de denúncias de que teriam jogado pedras em caminhões que não aderiram à greve no Paraná.
O Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) no Paraná alega que não tem ligação com os incidentes. De acordo com o presidente estadual do MUBC, Neori Leobet, a metodologia da manifestação continua a mesma, com piquetes de parada e orientação aos caminhoneiros nas estradas e paralisação das viagens. "Nós queremos ajudar a família do irmão caminhoneiro, não queremos prejudicar ninguém", relata Leobet.
A mobilização é uma reação a pontos da chamada Lei do Caminhoneiro em vigor desde junho deste ano que limitou a jornada de trabalho a 10 horas para os contratados e a 12 horas para os autônomos. Os caminhoneiros querem a suspensão da lei até que sejam construídos "pontos de paradas" seguros. A categoria também contesta a Resolução 3658, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que acaba com a carta-frete e a informalidade na discriminação de custos da contratação de autônomos por parte das transportadoras.
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