Aproximadamente 70% dos 200 servidores administrativos do Ministério do Trabalho e Emprego que atuam no Paraná aderiram à greve por tempo indeterminado iniciada nesta quinta-feira (5), de acordo com o sindicato que representa os trabalhadores. A paralisação é realizada para exigir a implantação de um plano de carreira específico para a categoria, e, embora a adesão não seja total, suspende o atendimento do órgão e afeta serviços como emissão de primeira e segundas vias de carteira de trabalho, solicitação de registro profissional e pedido ou desbloqueio de seguro-desemprego.
Em Curitiba, um grupo de aproximadamente 20 diretores do Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência Social e Ação Social do Estado do Paraná (Sindprevs) estava em frente ao prédio da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Paraná (SRTE/PR), na Travessa da Lapa, no Centro, desde o início da manhã, informando a população sobre a paralisação. "As portas do prédio estão abertas, mas nenhum funcionário está fazendo atendimento lá dentro", afirma Gilberto Félix da Silva Júnior, servidor do Trabalho e diretor do Sindprevs. A mobilização em frente ao prédio da SRTE/PR será mantida na sexta-feira (6), de acordo com o sindicato.
Enquanto durar a paralisação, Silva orienta os trabalhadores que precisam dos serviços do órgão a procurar alternativas para evitar maiores transtornos. Em Curitiba, a solicitação da primeira via da carteira de trabalho pode ser feita nas Ruas da Cidadania, da prefeitura, enquanto o pedido de seguro-desemprego pode ser feito nas Agências do Trabalhador, do governo estadual.
"Outros serviços, como a segunda via da carteira de trabalho e o desbloqueio do seguro-desemprego, por exemplo, infelizmente estão suspensos", diz. "A população fica prejudicada, mas ela já vem sendo prejudicada diariamente, com a dificuldade de trabalho dos servidores do Ministério do Trabalho e a falta de profissionais no órgão", justifica. Além da implantação do plano de carreira, a pauta de reivindicação dos trabalhadores inclui reajuste salarial, convocação de aprovados em concurso público e jornada de trabalho de 12 horas, dividida em dois turnos de seis horas.
Segundo o sindicato, os fiscais do órgão, que realizam vistorias em empresas, seguem trabalhando normalmente, já que a greve atinge somente os servidores da área administrativa. Para informações sobre outros serviços oferecidos pelo Ministério do Trabalho, os cidadãos podem ligar para o número 0800 61 01 01.
Paraná
Em todo o Paraná, trabalham cerca de 200 servidores do Ministério do Trabalho, lotados nas gerências de Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e Cascavel. De acordo com o Sindprevs, a paralisação atinge todas as regiões do estado. No país, a categoria deflagrou greve em 15 estados.
Procurado pela reportagem, o Ministério do Trabalho e Emprego informou, por meio da assessoria de imprensa, que não irá se pronunciar sobre a greve, nem mesmo para confirmar ou negar a suspensão dos serviços. A assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, responsável pelas negociações com os servidores, afirmou que a reestruturação da carreira está sendo estudada, mas não havia prazo definido para a conclusão do trabalho.
Segundo o ministério, não havia motivo para a deflagração da greve, pois já estaria acordado que uma parcela do reajuste salarial será paga a partir de julho de 2010 e outra em julho de 2011. A assessoria do órgão afirmou ainda que há possibilidade de haver redução da jornada de trabalho para seis horas diárias, mas nesse caso haveria redução no salário. Um modelo semelhante foi adotado no INSS, onde cada servidor pode escolher se irá trabalhar seis ou oito horas.