• Carregando...

Curitiba – A greve deflagrada ontem em 20 estados paralisou 100 mil bancários, segundo o comando de greve, e apenas 15 mil, de acordo com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Nesses estados, trabalham 300 mil bancários. Os trabalhadores entraram em greve para pressionar os bancos por reajuste de 11,77% e participação nos lucros maior neste ano. Os banqueiros oferecem aumento de 4%. Houve confronto entre grevistas e policiais militares na região central de São Paulo. Em outras seis cidades (Assis, Araraquara, Belo Horizonte, Vitória da Conquista, Fortaleza e Curitiba), a polícia foi chamada e retirou os trabalhadores em greve das agências.

Em Curitiba, os bancários tiveram de liberar a entrada dos colegas no centro administrativo nacional do HSBC, na Vila Hauer. O banco pediu a ajuda da PM para garantir acesso de funcionários. Até um helicóptero teria sido usado pelo banco para levar os funcionários ao centro de serviços do Xaxim, segundo informação dos sindicalistas.

A Caixa Econômica Federal teve 27 agências fechadas, o maior número entre os bancos em Curitiba. Também não funcionou o centro de serviços da Praça Carlos Gomes. Os funcionários da Caixa, que faziam plantão em frente da agência Carlos Gomes, orientavam os clientes para que se dirigissem a outras agências que estavam funcionando, na Praça Tiradentes, Zacarias e Comendador. Isso fez dobrar o movimento nas casas lotéricas, onde os correntistas da Caixa podem sacar até R$ 1000, e consumidores em geral conseguem pagar contas de água, luz e telefone. O movimento conseguiu fechar também algumas agências do Bradesco, Itaú, HSBC, Banco de Brasil e Unibanco, em diversos bairros da cidade.

Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Marisa Stédile, a concentração maior da greve aconteceu nos centros administrativos e centrais de atendimento. Em São José dos Pinhais, onde funciona a central de atendimento do Banco do Brasil, 900 funcionários paralisaram suas atividades.

Nas agências do HSBC da Vila Hauer e da Kennedy, e na agência do Bradesco do Portão, a Polícia Militar fez os manifestantes desmancharem os piquetes. "A polícia chegou muito agressiva, arrancando nossas faixa e cartazes, forçando a entrada, abrindo os portões. É um total desrespeito com os trabalhadores. Um absurdo", reclamou o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Eustáquio Moreira dos Santos. A CNB pretende encontrar-se hoje com o ministro Luiz Marinho, do Trabalho, para denunciar o que chamou de "truculência" da PM em vários estados

Alguns clientes tiveram dificuldade para fazer saques e pagamentos. Dono de um bar no Boqueirão, José Kaminski foi à agência da Caixa na Praça Carlos Gomes para fazer depósitos, já que a agência no seu bairro não abriu. Mas teve outra decepção ao encontrar as portas fechadas. Sua preocupação é que a conta fique no vermelho se o serviço de compensação não funcionar. Eunice Kazenok pretendia sacar parte do dinheiro do FGTS depositado na Caixa, para pagar o plano de saúde. Mas não pode fazer a operação. Marcos Gabriel se dizia prejudicado pela greve porque não pôde renovar uma operação de penhor, vencida no dia anterior.

Interatividade

A greve dos bancários vai causar transtornos para você ? Clique aqui, participe do fórum e opine.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]