Ontem à noite, o presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), Nélio Botelho, anunciou fim da greve dos caminhoneiros. "Haverá desmobilização gradativa, que deve perdurar até amanhã de manhã", afirmou, ao ser questionado sobre quando os caminhões devem desbloquear as rodovias. O acordo foi firmado após duas reuniões conduzidas pelo ministro dos Transportes, Paulo Passos, que duraram quase oito horas. Os caminhoneiros estavam divididos em dois grupos – um que liderava a greve e outro que era contrário à paralisação.

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O governo cedeu em três pontos da pauta de reivindicação dos dois grupos, que tinha no total 12 itens, e acenou com a possibilidade de flexibilizar a lei que passou a regulamentar a carga horária dos caminhoneiros.

Pela nova lei, em vigor desde junho, os caminhoneiros têm de ter um descanso de 30 minutos a cada quatro horas de trabalho e um descanso diário de 11 horas contínuas. Os representantes dos dois grupos de caminhoneiros são contrários a esse formato, apesar de defenderem uma regulamentação. Para eles, há problemas operacionais como a falta de pontos de paradas.

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Para acabar com a greve, o governo decidiu dar mais 30 dias de fiscalização educativa (sem multa) da jor­nada dos caminhoneiros. Nesse período, será aberta uma negociação entre representantes dos governos e dos trabalhadores. O ministro disse que o governo vai ouvir as propostas e, se for o caso, pode fazer alterações na legislação.

Os outros dois pontos que o governo atendeu foram: a paralisação de novos registros para transportadores; e a igualdade de condições entre pequenos e grandes transportadores na hora de fazer o registro eletrônico do pagamento dos fretes.

Paraná

As polícias rodoviárias registraram aproximadamente 25 bloqueios nas estradas do Paraná durante a terça-feira. Até às 19 horas, antes mesmo do anúncio do fim da greve, no entanto, sete estradas federais já tinham sido liberadas. Espera-se que hoje não haja nenhum piquete nas estradas do estado.