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290 das 532 agências de Curitiba e região estão fechadas em decorrência da greve | Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo
290 das 532 agências de Curitiba e região estão fechadas em decorrência da greve| Foto: Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Informações ao vivo

A Gazeta do Povo fará uma cobertura ao vivo da greve dos bancários nessa quinta-feira (2) novamente. Serão repassadas informações sobre agências fechadas pelos grevistas e em quais locais o atendimento ao público está disponível.

Acompanhe no site www.gazetadopovo.com.br/economia

Veja como foi a cobertura nessa quarta-feira (1º)

Adesão à greve no Paraná é maior do que em 2013

De acordo com o Sindicato dos Bancários, o número de agências fechadas por causa da greve no Paraná aumentou neste ano na comparação com 2013. No ano passado, foram 375, contra as 397 deste ano (o que inclui a RMC). Estão na conta as regionais de Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Guarapuava, Londrina, Paranavaí e Umuarama. Em Toledo, a greve deve ser definida nessa quarta-feira em assembleia -- nessa terça, as agências estavam abertas.

Segundo o Tribunal Regional do Trabalho, não foram registrados nessa terça processos de interdito -- quando o banco pede judicialmente a retirada de obstáculos na entrada das agências.

Salários maiores, mas menos vagas

Apesar dos ganhos salariais sucessivos (18,3% de ganho real entre 2004 e 2013), a categoria de bancários vem reduzindo no país. Segundo estudo recente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o número de trabalhadores nos seis maiores bancos está em queda desde 2012. Foram fechados quase 5 mil postos de trabalho entre junho de 2013 e junho de 2014.

Na soma, Santander, Bradesco, Itaú, HSBC e BB registraram mais de 9 mil vagas a menos. Fez diferença na conta as mais de 4,1 mil vagas abertas para Caixa, que passou a ter mais funcionários efetivos do que o Bradesco.

A categoria decidiu entrar em greve nacional no fim de semana, depois de negar a proposta da Federação Nacional de Bancos (Fenaban), de 7,35% de reajuste salarial e de 8% para os pisos. Os bancários pedem 12,5% de reajuste e piso de R$ 2.979,25 conforme salário mínimo sugerido pelo Dieese, e vale-alimentação, refeição e auxílio-creche de R$ 724, além de plano de cargos e carreiras e fim de metas consideradas abusivas.

O primeiro dia da greve dos bancários nessa terça-feira (30) foi marcado por mais agências fechadas na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) do que no início da paralisação do ano passado, ainda que nem número bem inferior ao de 2012. Também ocorrida no fim de setembro, a greve de 2013 começou com 145 das então 532 agências da região fechadas (27%), segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. Nesta terça, diz a entidade, 165 agências não funcionaram -- ou seja, cerca de 31%. Em 2012, 49% das agências foram fechadas no primeiro dia. Os bairros de Curitiba com mais bancários parados são Centro, Centro Cívico e Batel, de acordo com o sindicato, que não divulga quais agências estão fechadas.

INFOGRÁFICO: Veja como ter serviços bancários durante a paralisação

A intenção do comando de greve é buscar grande aumento de adesão nos próximos dias, o que deve deixar pouco tempo para consumidores que precisam resolver problemas em agências. Em 2013, o número de agências fechadas passou para 50% já no segundo dia. De acordo com um dos diretores do sindicato, Antônio Luiz Firmino, a adesão neste ano já foi quase total nos bancos estatais -- Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal -- e em agências da região central de Curitiba. Em bancos privados, com destaque para Itaú e Bradesco, agências foram mantidas abertas nos bairros. Em alguns casos, como nas agências do Bradesco nos bairros Bacacheri e Bairro Alto, não havia faixas nos prédios relacionadas à paralisação.

Também houve agências em que a gerência se dispôs a resolver problemas urgentes, em especial os relacionados a pagamentos de benefícios. Uma situação atípica, porém, ocorreu na agência do Banco do Brasil no Alto da XV, em que o gerente geral se dividiu para orientar clientes no autoatendimento e tentou resolver problemas com cartões bloqueados de aposentados. "É o que a minha função pede, não faz sentido deixar para terceirizados fazerem", comentou ele, citando os funcionários do autoatendimento.

Em agências da Caixa e do BB visitadas pela Gazeta do Povo, os terceirizados estavam trabalhando normalmente. Mas havia exceções -- caso de uma agência do BB no Bacacheri, que estava vazia, inclusive sem grevistas. O sindicato garante ter conversado com gerentes sobre a necessidade de manter pessoal orientando a população. Segundo Antônio Firmino, os aposentados que recebem nesta quarta-feira na Caixa terão atendimento normal, desde que possuam o cartão para saque. "Quem não tem pode ter problemas, mas acredito que não seja nem 5% dos aposentados", diz o diretor.

O Procon-PR pretende ainda conversar com a diretoria do sindicato e com os bancos para que problemas que o consumidor enfrentou em 2013 não se repitam -- entre eles, a falta de envelopes para depósitos nas agências, uma vez que o serviço deve ser mantido. "Não chegou nada em termos de reclamação ainda, e agimos conforme essa demanda, mas foi apenas o primeiro dia", diz Claudia Silvano, diretora do Procon. "Na greve passada, conversamos com os bancos e com o sindicato e um jogava o problema para o outro, mas conseguimos equacionar", diz.

Nacional

A greve nacional dos bancários parou as atividades em 6.572 agências no país, de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). A paralisação foi aprovada em assembleias ocorridas nos dias 25 e 29 de setembro. Segundo a entidade, bancários de todos os estados e do Distrito Federal participam do movimento.

"Mais uma vez os bancários dão uma grande demonstração de unidade nacional e a força de sua mobilização, fazendo uma greve ainda maior que no ano passado. É um recado inequívoco aos bancos de que queremos mais do que os 7,35% de reajuste e que não fecharemos acordo sem que nossas reivindicações econômicas e sociais sejam atendidas", disse o presidente da Contraf, em nota divulgada no site da entidade.

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