Procon-PR e Febraban alertam
O Procon-PR e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) orientam a população em relação às dificuldades que podem surgir por conta da greve dos Correios.
As principais recomendações são referentes às contas que podem vencer sem que o consumidor as tenha recebido o boleto bancário, o que pode gerar multa e juros pelo atraso do pagamento.
Segundo o Procon-PR, o consumidor pode buscar meios alternativos para a emissão da segunda via do documento de pagamento. Em vários casos, o boleto bancário pode ser impresso, acessando a página do fornecedor na internet. Também é possível contatar o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) da empresa e solicitar a remessa do boleto por e-mail ou fax, pedir o código de barras do documento, ou local para efetuar o pagamento.
Cabe ao fornecedor disponibilizar ao consumidor outras formas de pagamento, além do boleto bancário. Se o consumidor tiver algum prejuízo em razão da não disponibilidade, pode procurar os órgãos de defesa do consumidor. O órgão ainda orienta que a emissão do boleto não pode ser cobrada.
A Febraban sugere que o cliente identifique os pagamentos recorrentes mensais, ou aqueles eventuais que poderão incidir no período da paralisação. Com essas informações, ele deve procurar as agências das concessionárias ou empresas emissoras dos boletos e solicitar a segunda via da cobrança para efetuar o pagamento.
Os serviços de entrega rápida dos Correios, como Sedex Hoje, Sedex 10 e Disque Coleta, estão suspensos temporariamente por causa da greve dos funcionários da estatal. Segundo o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, a entrega de cartas e encomendas comuns continuará sendo feita, mas poderá haver atrasos.
Aproximadamente um milhão de paranaenses podem ser afetados pela greve, segundo estimativa do sindicato que representa os trabalhadores no estado, Sintcom-PR. O cálculo foi feito com base no que ocorreu na paralisação da categoria de 2009. Segundo o Sintcom-PR, naquele ano cerca de 3,4 milhões de objetos e documentos ficaram retidos nos Correios somente no primeiro dia da greve.
Os funcionários dos Correios de Maringá, no Noroeste do Paraná, Ponta Grossa, nos Campos Gerais, Foz do Iguaçu e Cascavel, ambas no Oeste do estado, também entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (14). Os colaboradores de Curitiba e Londrina, no Norte do Paraná, também estão em greve. Nessas cidades houve assembleias para decidir pela paralisação na terça-feira (13).
De acordo com dados da empresa, até as 12h desta quarta, cerca de 32% dos 109 mil trabalhadores dos Correios no país aderiram à paralisação. Em alguns setores, o número chega a 40%. Segundo a assessoria dos Correios no Paraná, 19,5% dos cerca de 6,5 mil funcionários no estado entraram em greve nesta quarta-feira.
Segundo o sindicato, aproximadamente 2,4 mil (68,5%) dos 3,5 mil funcionários do setor operacional estão em greve. O Sintcom-PR afirma que a conta dos Correios é feita com base em todo o quadro de funcionários da empresa, mas os setores administrativos não participam da greve. Os colaboradores dos Correios que entraram em greve são os carteiros, operadores de triagem (que fazem a separação dos documentos), atendentes e motoristas.
Em nota, a empresa afirma que "já colocou em operação um plano de contingência, com contratação de recursos, realocação de empregados e realização de horas-extras, para minimizar os prejuízos à população". A greve dos Correios é um movimento nacional. A categoria rejeitou a proposta apresentada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Segundo o sindicato da categoria no estado, Sintcom-PR, a paralisação deve se estender para todas as cidades do estado.
De acordo com o sindicato, a greve é por tempo indeterminado e só deverá terminar quando a empresa apresentar uma proposta que atenda às reivindicações da categoria. Mas a empresa afirma que a retomada das negociações sobre o acordo coletivo está condicionada ao retorno às atividades e que haverá desconto dos dias parados. Segundo o Sintcom, a proposta para o fim da greve para a retomada das negociações foi rejeitada em assembleia na tarde desta quarta-feira.
A greve nas cidades paranaenses segue a determinação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) repassada aos sindicatos filiados. Em Curitiba, cerca de 400 funcionários participaram da assembleia desta terça-feira e aprovaram a paralisação. Novas manifestações, incluindo uma caminhada pelo Centro de Curitiba, devem ocorrer nos próximos dias.
A assessoria de imprensa dos Correios divulgou nota oficial nesta manhã e afirmou que a empresa trabalha para normalizar a situação o mais rápido possível. "Os Correios ofereceram todas as condições necessárias para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2011/2012. Apesar de todos os esforços da empresa, a paralisação foi deflagrada a partir desta quarta-feira (14)", dizia a nota.
Reivindicações
Os trabalhadores pediram um reajuste linear de R$ 400, além da reposição dos 7,16% da inflação referente ao período entre agosto de 2010 e julho de 2011. A categoria ainda queria discutir um piso salarial que seria de aproximadamente R$ 1.635 (atualmente o piso do carteiro é de R$ 807), o aumento do vale-refeição de R$ 23 para R$ 30 e um do auxílio extra, de R$ 130 para R$ 300.
A proposta apresentada pela empresa foi de aumento salarial de 6,87% e mais um reajuste linear de R$ 50 para cada trabalhador a partir de janeiro, além de um abono de R$ 800 a ser pago após o acordo. O vale-refeição seria no valor de R$ 25 e o auxílio extra de R$ 140. A empresa não quis discutir o piso salarial da categoria.
Londrina
Em Londrina, cerca de 120 pessoas participaram da assembleia realizada no Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas (CTCE) na terça-feira, na Rodovia Celso Garcia Cid. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Londrina e Região, Cícero da Silva, destacou que a proposta dos funcionários para a campanha salarial teve início há 42 dias. A oferta da empresa foi rejeitada pela maioria.
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