Um dia após a presidente Dilma Rousseff sancionar a Lei dos Caminhoneiros, os bloqueios em rodovias tiveram nesta terça-feira (3) a menor intensidade desde o início dos protestos há duas semanas. No final da tarde, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrava apenas sete pontos de interdições parciais no Rio Grande do Sul. Havia outras duas manifestações, mas sem bloqueio. Equipes da PRF e da Força Nacional acompanhavam a mobilização prontas para agir em caso de interdição – no dia anterior foram registrados confrontos com caminhoneiros. Ao fim da noite, o número de interdições se resumia a um ponto, no Paraná, na BR-277, em Ibema, na Região Oeste.
Com o movimento perdendo força em todo o país, caminhoneiros do Sul anunciaram uma trégua aos bloqueios em rodovias. Eles, porém, aguardam decisão do governo federal até o próximo dia 10 sobre duas reivindicações: a redução no preço do diesel e a criação de uma tabela de preço mínimo do frete.
Segundo Tobias Brombilla, diretor da Associação dos Caminhoneiros de Rodeio Bonito, no norte do Rio Grande do Sul, os caminhoneiros suspenderam as manifestações e bloqueios “até segunda ordem”. Vilmar Bonora, um dos líderes do movimento em São Miguel do Oeste, no oeste de Santa Catarina, afirmou que a trégua é para não castigar a população, por causa do desabastecimento que ocorre em algumas regiões dos estados.
“Buzinaço”
Mas nem a trégua nem a continuidade do movimento são consenso entre os caminhoneiros. O presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos, Diumar Bueno, criticou a violência nos protestos e afirmou que as manifestações “espontâneas e individuais” saíram do controle.
Ele criticou a ida de caminhoneiros para protestos em Brasília. “É uma contradição. Se os caminhoneiros reclamam que não têm dinheiro, que a remuneração com os fretes é baixa, como vão desembolsar até R$ 6 mil para participar das manifestações na capital?”
Um “buzinaço” estava previsto para ocorrer nesta terça-feira na capital federal, mas a manifestação foi colocada em espera devido a possibilidade de uma audiência nesta quarta-feira (4) com o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto. Cerca de 50 caminhões estão estacionados no Estádio Mané Garrincha. Um grupo de caminhoneiros foi recebido na Câmara Federal por deputados da Frente Parlamentar do Agronegócio.