Os petroleiros iniciaram nesta segunda-feira (23) umagreve de cinco dias que atingiu as principais bases da Petrobras no país e contou com adesão de 70% dos funcionários, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP). Foram cortadas as trocas de turnos em oito refinarias, 13 terminais e em plataformas. A paralisação, no entanto, não afetou a produção da Refinaria Presidente Getulio Vargas (Repar), em Araucária, região metropolitana de Curitiba. Os petroleiros prometem permanecer em greve por cinco dias.

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Segundo o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-PR), cerca de 230 trabalhadores dos setores administrativos e de produção da Repar estão de braços cruzados. A empresa diz, no entanto, que a paralisação foi bem menor -- apenas 50 trabalhadores teriam aderido. O presidente do Sindipetro-PR, Silvaney Bernardi, diz que não há risco de desabastecimento. "A ideia é causar impacto econômico para a empresa pra trazê-la para a negociação, mas de modo algum prejudicar a população."

Em nota, a Petrobras informou que "as unidades da companhia funcionam normalmente. A estatal garantiu ainda que não há riscos para a segurança das operações e dos empregados que não aderiram à paralisação.

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Governo

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, admitiu que a greve preocupa o governo, mas deixou claro que a manifestação não está afetando o abastecimento de combustíveis. "Uma greve como esta é sempre preocupante. Mas a Petrobras está negociando com todos."

Não é o que vem ocorrendo no Paraná, segundo o Sindipetro-PR. Na manhã, de segunda-feira o órgão entrou com uma ação na Procuradoria Regional do Trabalho pedindo a intermediação nas negociações. O sindicato acusa a Petrobras de cárcere privado, porque a empresa estaria mantendo cerca de 80 funcionários no prédio da Repar desde a noite de domingo.De acordo com Bernardi, a intenção da refinaria seria de impedir que os trabalhadores participem da greve. Segundo a Repar, no entanto, os funcionários permaneceram na refinaria por vontade própria.

Representantes da empresa e do sindicato tiveram umaaudiência na Procuradoria Regional do Trabalho, da 9.ª Região. De acordo com a procuradora Eliane Lucina, não foram discutidas propostas para o fim da greve. O objetivo era definir o contingente de trabalhadores que devem permanecer trabalhando, já que se trata de uma atividade essencial. A empresa ficou de enviar nesta terça-feira (24) ao sindicato e a Procuradoria um relatório sobre as necessidades mínimas da refinaria.

Reivindicações

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Segundo Bernardi, as principais reivindicações da categoria dizem respeito à manutenção dos empregos nas empresas que prestam serviços à estatal e a segurança dos funcionários. "Somente este ano, três trabalhadores terceirizados já morreram em acidentes de trabalho."