Esta é uma reportagem de 2014. Acompanhe aqui as informações atualizadas sobre greve dos bancários
Os bancos do Paraná voltam a funcionar normalmente a partir de hoje, depois que os sindicatos dos bancários de várias cidades paranaenses votaram ontem em assembleia pelo fim da paralisação. Após nove rodadas de negociações com os bancos, foram consideradas suficientes todas as propostas apresentadas na última sexta-feira pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Caixa Econômica e Banco do Brasil. A exceção foram os funcionários do Banco do Brasil em Curitiba e Região Metropolitana (RMC), que não aceitaram a negociação e irão continuar a greve.
A Fenaban aumentou o reajuste de 7,35% para 8,5% nos salários e demais verbas salariais, de 8% para 9% nos pisos e de 12,2% no vale-refeição. Os bancos também se comprometeram a monitorar as metas com equilíbrio e respeito, a fim de prevenir conflitos nas relações de trabalho.
"É claro que os bancários gostariam de um reajuste maior e de propostas melhoradas, mas o que conseguimos nesse curto período de tempo é um bom indicativo. Basta observar o comprometimento com o fim do assédio moral e das metas abusivas", afirmou o presidente da Federação dos Bancários do Paraná (FEEB-PR), Gladir Antonio Basso.
Para compensar os dias parados durante a greve, a Fenaban sugere o adicional de uma hora por dia no período de 15 de outubro a 31 de outubro, para aqueles funcionários que trabalham seis horas por dia, e uma hora por dia entre 15 de outubro e 7 de novembro, para quem trabalha oito horas diárias.
Ganho
Reajuste é maior do que o conquistado no ano passado
Os bancários de São Paulo, Rio, Brasília e dos estados de Alagoas e Rondônia também voltam ao trabalho hoje após uma greve de uma semana, com aumento de 8,5% 2,02% acima da inflação. O reajuste é também maior do que o 1,82% de ganho real conseguido em 2013, após 23 dias de paralisação.
O fim da greve, recomendado pela Contraf-CUT (Comando Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) no sábado, foi levado para deliberação em assembleias ontem a decisão em outras capitais sairia ainda durante a noite.
Participação
Os bancários conseguiram neste ano uma participação no lucro que pode chegar a 2,2 salários mensais, se o banco não distribuir pelo menos 5% de seu lucro líquido.
No mínimo, o funcionário levará 90% do salário, acrescentado de um valor fixo de R$ 1.838. No ano passado, a parte fixa acertada foi de R$ 1.640, o que embute um ganho real de 2,5% em 2014.
A Caixa Econômica propôs reajuste salarial de 9% para todos os níveis de cargo efetivo, contratação de mais 2 mil empregados até dezembro de 2015, ampliação do vale-cultura para quem ganha oito salários mínimos ou menos e pagamento de 100% de horas extras realizadas nas agências com até 20 empregados.
Impasse
Já o Banco do Brasil apresentou aumento salarial de 8,5%, reajuste de 9% nos pisos, contratação de 2 mil funcionários até dezembro de 2015 e pagamento de 100% das horas extras em todas as agências.
No Paraná, apenas o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana recusou a proposta da direção nacional do Banco do Brasil. Em assembleia deliberativa, aproximadamente 800 trabalhadores da categoria consideraram as propostas do banco insuficientes. No entendimento do sindicato, o banco deve contratar mais funcionários e aprimorar as propostas sobre o plano de carreira dos trabalhadores.
Metas
Durante a paralisação, os bancários também pediram o fim de metas consideradas abusivas. A proposta da Fenaban proíbe a cobrança de metas não somente por SMS, mas também por qualquer outro tipo de aparelho ou plataforma digital. Segundo o presidente da Federação dos Bancários do Paraná (FEEB-PR), Gladir Antonio Basso, aproximadamente 18 mil bancários brasileiros são afastados anualmente da atividade por doenças ocupacionais, em decorrência do assédio e das metas.
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