A Coalizão Não Fracking Brasil (Coesus) é contra o leilão que vai licitar, entre outras nove áreas em todo o país, o campo de gás natural de Barra Bonita, em Pitanga, no Centro-Sul do Paraná. O certame será realizado nesta quinta-feira (10), no Rio de Janeiro, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Embora esse bloco seja considerado como de gás “convencional”, que pode ser extraído com o uso das técnicas tradicionais de extração, a Coesus teme que a empresa ou consórcio vencedor venha a buscar na região o chamado “gás de xisto”, ou “não convencional”, que fica aprisionado em uma rocha chamada folhelho.
A técnica para extraí-lo, chamada de fraturamento hidráulico (“fracking”), é considerada danosa ao meio ambiente por grupos ambientalistas e parte dos especialistas no setor de petróleo e gás – outra parte considera que, se bem executado, o fracking tem baixo risco.
O método consiste na injeção de milhões de litros de água misturada a produtos químicos, em alta pressão, no subsolo terrestre, a fim de quebrar a rocha e então liberar o gás.
“O Código Minerário deixa claro que, se tenho um campo convencional, estou automaticamente autorizado a explorar também o gás não convencional”, diz o coordenador da Coesus, Juliano Bueno de Araujo. “O uso do fracking representa um risco real e efetivo ao aquífero Serra Geral, que perpassa aquela região, ao abastecimento de água da população e à atividade agropecuária”.