Após perder a concessão da termelétrica José de Alencar, de 300 MW, no mês passado, o Grupo Bertin entrou com pedido de devolução de três usinas movidas a óleo combustível e gás natural na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A decisão faz parte de um processo de redução da carteira de investimentos da holding, com venda de ativos e entrada de novos sócios.
A companhia, que surpreendeu ao arrematar dezenas de usinas nos leilões do governo federal e vencer a concessão da Hidrelétrica de Belo Monte ao lado de outros parceiros, não tem tido fôlego financeiro para arcar com todos os compromissos e, aos poucos, está se desfazendo dos negócios. Em alguns casos de forma forçada, como a perda da usina José de Alencar em março, em que terá de pagar uma multa.
Desta vez, o pedido de devolução de concessão envolve três unidades arrematadas no leilão de 2008: Macaíba, Cacimbaes e Escolha, que deveriam entrar em operação em janeiro de 2013. Na carta enviada à Aneel no dia 4 de abril, o Bertin solicita a devolução das unidades de forma amigável. Ou seja, sem multa para a companhia. O Ministério de Minas e Energia decidirá se aceita ou se vai aplicar alguma multa.
Apesar de ter se desfeito de algumas usinas, o grupo ainda mantém volume considerável de projetos em mãos. Só no Nordeste, são 18 unidades.
O Bertin era um dos mais importantes grupos frigoríficos do País até entrar em dificuldades anos atrás. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deu apoio financeiro para o rival JBS a absorver o Bertin. Em seguida, o BNDES apoiou o JBS na compra da americana Pilgrims. Desde então, o Bertin tornou-se um grupo com interesse em várias áreas, como energia e rodovias.
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