Depois crescer na casa dos dois dígitos nos últimos anos, o Grupo Boticário deve ter desempenho modesto em 2016. A expectativa do presidente da companhia, Artur Grynbaum, é que o grupo aumente a sua receita em uma taxa menor do que a verificada em 2015, que foi de 8,8%. Se o valor vier a se confirmar, a empresa paranaense pode perder novamente para a inflação, mas ficar acima da média do setor de beleza que teve a primeira queda real no ano passado.
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Grynbaum afirma que já esperava um ano difícil. “Apesar de algumas pessoas dizerem que o ano já ensaiaria uma recuperação, eu dizia que não. Tivemos um aprofundamento dos momentos de crise. Todos os indicadores econômicos estão no vermelho, como o desemprego. Nós temos conseguido trabalhar tentando preservar os números referentes ao ano passado”, disse o executivo que esteve presente em um evento sobre empreendedorismo promovido pela Gazeta do Povo na última quinta-feira (29).
Nem mesmo o chamado efeito batom, que ficou conhecido como a tendência de os consumidores se presentearem com produtos de beleza mesmo em momentos de crise – resistiu à recessão brasileira. Em 2015, o setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) teve queda real de 8%, a primeira em 23 anos, o que fez o país passar da terceira para a quarta colocação no ranking mundial de consumo, atrás dos Estados Unidos, China e Japão.
“O setor de cosmético tem uma resiliência importante quando comparado a outros setores em função do seu preço médio menor e da satisfação que ele dá na utilização do produto. Isso faz com que ele tenha um nível menor de decréscimo. Mas é sempre importante lembrar que, apesar de o número ser menor, quando o mercado cai, como foi no ano passado, trata-se de milhões de pessoas com um valor unitário muito pequeno”, resume.
Para 2017, o foco da companhia é expandir a atuação das marcas Eudora, quem disse, berenice? e The Beauty Box com lojas físicas por todas as regiões do país. O trabalho já começou com a The Beauty Box, bandeira multimarcas criada em 2012, que iniciou suas operações no Nordeste no segundo semestre deste ano ao inaugurar as três primeiras lojas em Recife (PE). Até então, a atuação estava restrita ao Sudeste, Sul e Distrito Federal.
Também não estão previstos grandes investimentos para 2017 porque o grupo já passou por um processo de reestruturação nos últimos seis anos que envolveu cerca de R$ 1 bilhão. Foram construídos dois centros de distribuição, em São Gonçalo dos Campos (BA) e Registro (SP), uma nova fábrica em Camaçari (BA) e as inaugurações de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento e de uma nova linha de fabricação de maquiagem, ambos em São José dos Pinhais (PR). Para Grynbaum, as estratégias adotadas são suficientes para dar prosseguimento ao projeto de expansão das novas marcas.
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