Perspectivas
Companhia espera crescer 20% ao ano
O Grupo Hübner fechou o ano de 2010 com um faturamento de R$ 316 milhões, quase o dobro do obtido no ano anterior (R$ 161 milhões). A expansão foi forte, mas se deu sobre uma base de comparação deprimida de 2008 para 2009, as receitas haviam caído quase 40% em decorrência da crise econômica mundial, que afetou a atividade da empresa.
A expectativa é que nos próximos cinco anos a receita cresça à taxa média de 20% ao ano. "O ano de 2010 foi bastante positivo, conseguimos nos recuperar do baque da crise e ainda tivemos um forte aumento. A previsão para 2011 também é positiva, mas estamos cautelosos, já que várias influências, internas e externas, podem acabar freando um pouco a economia", afirma.
O que preocupa o grupo são as exportações da empresa, que diminuíram bastante ao longo dos últimos anos. Cinco anos atrás, 18% do que era produzido pela Hübner era vendido ao mercado externo; em 2010, esta taxa não passou de 5%.
"A questão da exportação está bastante atrelada à taxa cambial. Esperamos que o governo tome medidas para aumentar a competitividade e fortalecer a indústria nacional", ressalta.
O grupo paranaense Hübner, que produz autopeças e implementos rodoviários, negocia com quatro estados a implantação de um complexo de fábricas que será construído a partir do segundo semestre. A opção favorita dos diretores é o Paraná, onde o grupo nasceu e tem várias unidades, mas os laços "emocionais" não serão suficientes para garantir que o investimento fique mesmo em terras paranaenses. O local do terreno de 1 milhão de metros quadrados que abrigará o novo complexo será definido em até 60 dias, e só então será revelado o valor do investimento.
"Como somos daqui, damos preferência ao nosso estado, mas são várias situações que podem interferir na escolha. Procuramos um local que nos coloque em igualdade de condições com nossos concorrentes", destaca o diretor executivo do grupo, Nelson Hübner Jr. Os três concorrentes do Paraná são mantidos sob sigilo; o executivo confirma apenas que um é da Região Sul, um do Sudeste e o terceiro, do Centro-Oeste.
Parâmetros
A empresa diz que já mantém diálogo com o governo do Paraná, que oferece vantagens tributárias ao grupo dentro do programa Paraná Competitivo. "Já tivemos algumas conversas com o governo e a receptividade foi muito boa. Os representantes do governo têm vontade de trazer esses investimentos para o Paraná, mas sabemos que o estado tem seus limites", explica Hübner Jr.
O diretor afirma, porém, que o grupo não busca apenas benefícios fiscais. Também vão influenciar a escolha questões como facilidades logísticas e disponibilidade de mão de obra. "Precisamos de rodovias de grande circulação e de um porto por perto. Caso os parâmetros entre os estados sejam parecidos, ficaremos com o Paraná", ressalta.
O novo complexo industrial será composto por uma fábrica para produção de conjuntos e subconjuntos metálicos para a indústria de automóveis; uma unidade de conjuntos e subconjuntos de peças de aço de grande porte; uma fábrica em parceria com a italiana Menci para produzir implementos rodoviários em alumínio; e uma linha de equipamentos para implementos rodoviários em parceria com outra empresa estrangeira, cujo nome não pode ser divulgado em razão de um acordo de confidencialidade.
O início da construção do complexo está previsto para o segundo semestre e a inauguração, para o início de 2013. De acordo com o planejamento, as novas unidades vão gerar 900 empregos atualmente a Hübner emprega 1,4 mil pessoas.
O grupo tem hoje uma fábrica de implementos rodoviários em Araucária (região metropolitana de Curitiba), duas fundições de ferro fundido em Ponta Grossa (Campos Gerais) e uma unidade de industrialização de biomassa em Jaguariaíva (Norte Pioneiro). Há ainda uma fundição de alumínio em Blumenau (SC) e uma siderúrgica em São Gonçalo do Pará (MG).
China
A empresa diz estar de olho em oportunidades em âmbito internacional tanto que o grupo já montou uma estrutura técnica e comercial na China, no começo deste ano. "Queremos conhecer a estrutura local e desenvolver fornecedores no país. Estamos nos acostumando com a cultura e os costumes da China, além de observar oportunidades para que possamos dar futuros passos no país", destaca o diretor. O empresário não descarta a possibilidade de abrir uma unidade na China no futuro.
Ações
Outro plano da Hübner é se preparar para que nos próximos anos a empresa se transforme em sociedade anônima. Ela profissionalizou a sua administração e trabalha para que, daqui a três ou quatro anos, esteja pronta para abrir capital. "Não é o objetivo principal das nossas atividades, mas queremos nos preparar para que no médio prazo possamos definir se lançamos ações no mercado. Como isso não é algo que se faz da noite para o dia, estamos promovendo esta preparação", diz Hübner Jr.
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