Com meio século de experiência em shopping centers, a Iguatemi Empresa de Shopping Centers vai inaugurar, no segundo semestre de 2018, o primeiro empreendimento no Paraná. Trata-se do I Fashion Outlet, marca de shopping premium de descontos do grupo, que será construído na BR-376 em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O projeto está em fase de licenças.
O outlet de São José dos Pinhais seguirá o padrão do empreendimento “irmão” que está em construção na BR-101 em Tijucas, entre Balneário Camboriú e Florianópolis (SC). Com investimento próprio de R$ 150 milhões, o centro de compras catarinense já tem mais de 50% das lojas negociadas e contará com marcas nacionais e internacionais como Calvin Klein, Nike, Le Lis, John John, The North Face, New Balance, Track & Field, Asics, Tramontina e Apple. As mesmas deverão fazer parte do mix em São José dos Pinhais.
Com potencial para até 60 mil metros quadrados de área bruta locável, o outlet na região de Curitiba será inaugurado primeiramente com 30 mil metros quadrados, distribuídos em lojas de 200 a 800 metros quadrados. “Projeto inicial é um outlet clássico, mas não descartamos a possibilidade de um hotel e também um power center”, afirma Sérgio Zukov, diretor de Operações da região Sul do grupo. P ower center é um modelo norte-americano de shopping aberto com grandes lojas, cercadas por uma área de estacionamento compartilhada.
Tradicionalmente os outlets reúnem marcas famosas a preços atrativos e têm um custo de operação até 60% menor do que os shoppings tradicionais. O grupo Iguatemi garante em contrato que as marcas presentes em seus centros de compras vendam produtos por no mínimo 30% mais baratos do que nas lojas normais. Os descontos podem chegar a até 70%.
Sócia majoritário do empreendimento, a Iguatemi terá 42% de participação no empreendimento paranaense. A Construtora São José, responsável pela obra, terá 28%, e os demais sócios terão 30%, sendo 12% pertencentes ao dono do terreno que fez a permuta.
DISPUTA
O outlet em construção em Tijucas (SC) terá um concorrente direto, o já anunciado Porto Belo Outlet Premium, do grupo paranaense Tacla. A distância entre as duas cidades é de menos de 17 quilômetros. Ambos estão localizados na BR-101 e devem ser inaugurados em 2017.
Crescimento
O empreendimento em São José dos Pinhais faz parte do segundo ciclo de expansão da Iguatemi após abertura de capital feita em 2007, que inclui também outros dois outlets. O de Tijucas e mais um em Nova Lima, na região de Belo Horizonte, com inaugurações previstas para 2017 e 2019, respectivamente. Com os três em pleno funcionamento, a previsão é que esse braço do negócio represente cerca de 10% da receita total do grupo.
Uma das maiores empresas do setor de shoppings do país, a Iguatemi tem participação em 17 shoppings. Entre eles, apenas um é no modelo de outlet, em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, inaugurado em 2013. Precursor na cartela de negócios, o Iguatemi São Paulo foi inaugurado em 1966 e é o primeiro shopping da América Latina.
Em nove anos, a empresa passou por um crescimento expressivo. Saiu de R$ 70 milhões de Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação, na sigla em inglês, importante indicador de geração de caixa) para R$ 523 milhões. “Na época, a abertura de capital era a ideia mais inteligente para originar recursos visando expansões. Passamos de sete para 18 shoppings”, destaca Charles Krell, vice-presidente de Operações da Iguatemi.
Nos primeiros seis meses de 2016, o grupo alcançou R$ 323,2 milhões de receita líquida, segundo o último balanço disponível. A cifra representa um aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar do crescimento, de janeiro a outubro o fluxo de pessoas nos shoppings da empresa caiu 1,6%.
RENTABILIDADE
A rentabilidade dos acionistas no modelo de negócios dos outlets é diferente dos shoppings comuns e está mais ligada às vendas do que aos aluguéis das lojas, que são bem mais baixos justamente para sustentar o modelo de descontos. Neste caso, quanto mais as marcas venderem, mais os acionistas ganham. O repasse varia de 2,5% a 6% do valor das vendas.
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