Brasília Após quatro anos de negociação, será assinado hoje o novo contrato de arrendamento do Hotel Cataratas, no Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu. A São Mateus S/A, do grupo hoteleiro inglês Oriente Express, assume a administração do imóvel por 20 anos (renováveis por mais 20). A concessão renderá R$ 868 mil por mês à União.
O evento será realizado em Brasília e contará com a presença dos ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Marta Suplicy (Turismo). "Foi uma briga muito grande, que finalmente conseguimos superar", diz Bernardo, que participou de grande parte da disputa pela nova licitação do contrato.
Além da luta com os antigos arrendatários, que pagavam R$ 319 mil por mês e questionaram o processo licitatório na Justiça, o principal impasse foi ambiental. Uma das exigências do edital obrigava o respeito ao plano de manejo do parque e de todas as normas do Ibama para qualquer tipo de atividade na área. Além disso, os novos administradores precisam investir R$ 5 milhões em melhorias no parque.
Desse total, R$ 1,2 milhão será destinado a um projeto de pesquisa sobre o comportamento de felinos que habitam a região. Metade da receita mensal do acordo (R$ 434 mil) será empregada no sistema de parques nacionais do Ibama. "Será um recurso distribuído para parques do país inteiro", ressalta o ministro.
O prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo MacDonald, comemora os investimentos na cidade. Inicialmente a São Mateus S/A promete aplicar R$ 40 milhões em obras. "É um passo importante. A partir de agora, o hotel será um dos avalistas do nosso destino como ponto turístico."
A intenção do grupo Oriente Express é transformar o espaço de 201 mil metros quadrados em um "hotel de charme", com classificação internacional superior à de cinco estrelas. No Brasil, a companhia também administra o Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. "Vamos atrair um novo tipo de hóspede e, ao mesmo tempo, levaremos os antigos para os demais hotéis", ressalta MacDonald.
Historicamente, o Hotel Cataratas já funciona como atrativo turístico para a região, além de ter uma taxa de ocupação estabilizada em 80%. A tendência é que esse perfil seja reforçado com a mudança de arrendatário. "Será ainda mais um chamariz de turistas", conclui Bernardo.