A CPA Trading anunciou ontem em Maringá que vai investir R$ 90 milhões para ampliar a estrutura logística do setor sucroalcooleiro no Paraná. Serão aplicados R$ 60 milhões na construção de um terminal de transbordo e R$ 30 milhões na ampliação do armazém de preparo de álcool em Paranaguá.
O objetivo do pool de empresas que formam a CPA usinas e cooperativas é acabar com a dependência de treceiros, reduzir custos e ganhar eficiência no atendimento à demanda interna e também de exportação. As obras já tiveram início e a expectativa, segundo Dagoberto Delmar Pinto, presidente do grupo, é colocar a unidade em operação dentro de 12 meses.
O terminal multimodal será erguido em uma área de 168 mil metros quadrados, entre os municípios de Sarandi e Maringá, ao lado da linha ferroviária. Inicialmente, a capacidade estática de armazenamento será de 120 milhões de litros de álcool e 200 mil toneladas de açúcar. De acordo com Dagoberto, o empreendimento vai gerar 150 postos de trabalho, em três turnos.
A maior parte da produção de açúcar tem como destino o Porto de Paranaguá. No ano passado, segundo José Adriano da Silva Dias, superintendente da Associação dos Produtores de Açúcar e Álcool do Paraná (Alcopar), o estado exportou mais de 70% da produção de 2,17 milhões de toneladas. No caso do álcool, o mercado externo absorveu 31,25% do 1,32 bilhão de litros produzidos.
Em parte, os números da Alcopar justificam o investimento da CPA. José Adriano acredita que o porcentual da produção destinado à exportação deve se manter neste ano. Ele explica, no entanto, que o volume será maior, considerada a estimativa de moagem de cana para este ano, de 32 milhões de toneladas, ante 42 milhões na safra anterior.
Os dados da PASA Paraná Operações Portuárias, que mantém um terminal para exportação de açúcar em Paranaguá, também reforçam a necessidade de ampliação da base intermodal que atende o setor. Do 1,4 milhão de toneladas que passaram pela unidade no ano passado, 1 milhão chegou de trem. No caso do álcool, que tem 100% do volume exportado centralizado pela Cattaline, 34% chegou ao porto de trem e 66% de caminhão. A empresa acredita que é possível diminuir essa relação, tanto é que investiu na ampliação da sua capacidade de recebimento via ferrovia.
Na segunda parte do investimento, no Porto de Paranaguá, o armazém de preparo de álcool, com capacidade para 45 milhões de litros, será equipado com peneira molecular para atender diferentes segmentos e demandas do mercado. A obra deve ficar pronta em junho de 2008 e quando em operação vai gerar 45 empregos diretos.
Na safra 2007/08, a CPA deve responder pela logística de 1 bilhão de litros de álcool, o que equivale a cerca de 60% do total a ser produzido no estado. Desse volume, 400 milhões de litros seguem para o mercado externo. No exercício anterior, foram exportados 270 milhões de litros.
Fundada em 2002, a CPA é resultado da união de vários grupos paranaenses que, atualmente, representam 16 usinas. Integram a empresa as cooperativas Copagra (Nova Londrina), Nova Produtiva (Astorga), Coopcana (Paraíso do Norte), Coocarol (Rondon) e Cooperval (Jandaia do Sul) e as usinas Vale do Ivaí (São Pedro do Ivaí), Usaciga (Cidade Gaúcha), Goioerê (Moreira Salles), Dasa (Nova América da Colina) e Santa Terezinha (Maringá).