A Alpargatas S.A., dona da Havaianas e outras marcas, anunciou na manhã desta terça-feira (3), que assinou contrato para a venda das operações da Topper no Brasil e da Rainha no Brasil e no mundo. O valor do negócio é de R$ 48,7 milhões.
O grupo de investidores que comprou as duas marcas é liderado pelo curitibano Carlos Wizard Martins, fundador da rede de idiomas Wizard. Em comunicado enviado ao mercado, o empresário afirmou que as aquisições da Topper e Rainha são estratégicas devido ao seu posicionamento de liderança no mercado brasileiro.
“Como investidores, temos buscado negócios que, além de serem rentáveis e com alto potencial de crescimento, geram bem-estar. Essa visão de mercado nos levou à aquisição da rede Mundo Verde, que fornece produtos naturais e saudáveis, e o setor esportivo faz parte de nossa estratégia global”, disse Wizard.
O acordo prevê ainda a venda de 20% da unidade de negócios que compreenderá a totalidade das operações relacionadas à marca Topper na Argentina e no mundo (exceto Estados Unidos e China) e um acordo de licenciamento de uso da marca com Alpargatas para que os compradores possam utilizar a marca Topper por período de até 15 anos, nos Estados Unidos e na China.
Por meio de uma reorganização societária, a Alpargatas segregará, de suas operações no Brasil, a unidade de negócios responsável pelas atividades relacionadas às marcas Topper e Rainha em uma nova companhia (NewCo Brasil). Ainda no contexto da Operação Brasil, a Alpargatas irá industrializar calçados das marcas Topper e Rainha por até 24 meses e licenciará a marca Topper para os Estados Unidos e China, por período de até 15 anos.
Em comunicado ao mercado, a Alpargatas disse que a venda permitirá à empresa concentrar esforços nas suas principais rotas de crescimento, reduzir a necessidade de investimentos industriais e racionalizar as despesas administrativas, melhorando as margens e o caixa da companhia.
No documento, o presidente da Alpargatas, Márcio Utsch, afirmou que os negócios de Topper e Rainha atingiram seus limites de expansão dentro da estrutura da Alpargatas. “Porém alcançaram um patamar em que apresentam grande potencial para prosperar, desde que com modelos de negócios mais adequados às necessidades das marcas”, diz.
Segundo Utsch, no Brasil, as fábricas não fazem parte da transação, mas continuarão produzindo calçados Topper e Rainha para os compradores por um período de até 24 meses. Nesse período, disse, a empresa aumentará gradualmente a produção local de Mizuno e a produção de calçados “soul collection” Havaianas, mitigando tanto a necessidade de expandir capacidade quanto a ociosidade da produção.
“Nossas rotas de desenvolvimento estão baseadas no crescimento de volume e rentabilidade de sandálias no Brasil, na consolidação da marca Havaianas para novos mercados, categorias e também no varejo de lojas exclusivas, no aumento de rentabilidade e expansão de Mizuno no Brasil e na América Latina e no desenvolvimento e consolidação da Osklen no segmento feminino e no exterior. Esses são os negócios que receberão ‘120%’ dos recursos disponíveis no Brasil”, completou o executivo.