A paulista GRV Solutions comprou uma participação de 60% na Sascar, empresa especializada no rastreamento de veículos com sede em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Com a operação, a companhia de origem paranaense passa a fazer parte de um grupo que é especializado no fornecimento de informações para bancos e seguradoras que atuam no segmento automotivo.
De acordo com o presidente da GRV, Fabrício Bossle, a aquisição abre um novo leque de oportunidades para as duas empresas. "Trabalhamos com tecnologia para reduzir o risco de fraude no crédito bancário e nos seguros. Com a Sascar, teremos mais informação e novos serviços para oferecer", diz.
A operação, cujo valor não foi divulgado, começou a ser estruturada pela Sascar há um ano, com assessoria do banco BNP Paribas. "Estudamos a possibilidade de uma associação porque entendemos que o mercado vai crescer muito rapidamente", conta Orlando Kaesemodel Filho, presidente do Grupo Negresco, antigo controlador da Sascar e que permanece com 40% do negócio. Uma das razões para o salto no mercado é uma resolução do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) que torna obrigatória a instalação de rastreadores em carros novos a partir de 2010.
"O mercado será muito disputado com a entrada de milhares de carros que poderão habilitar um rastreador. Será preciso oferecer serviços e benefícios para esses clientes", diz Kaesemodel. Com a aquisição, a GRV, que já tem um banco de dados com informações sobre 20 milhões de veículos, passa a ter uma ligação com os motoristas. Os sistemas da Sascar permitem acompanhar itens como rotas e o modo de dirigir de cada usuário, informações que podem ser úteis na definição do preço do seguro ou da taxa de juros em um financiamento.
"São muitas possibilidades que vão muito além de localizar e bloquear. O fabricante pode saber, por exemplo, quando um carro completou a quilometragem para a revisão", explica Kaesemodel. Segundo os executivos, não haverá redução no quadro de funcionários hoje a Sascar emprega 600 pessoas e a GRV outras 200. Juntas, as empresas devem crescer 30% em 2009, atingindo um faturamento de R$ 500 milhões.