Prática comum entre familiares e amigos, a troca ou venda de produtos usados ganhou força com as redes sociais. Somente em Curitiba, há dezenas de grupo no Facebook que reúnem milhares de pessoas interessadas em artigos com preços mais acessíveis. Há desde grupos tradicionais para compartilhamento de roupas e acessórios até os mais específicos, voltados para os ciclistas e fãs de quadrinhos, por exemplo.
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O professor de comportamento do consumidor da Universidade Positivo (UP) Sérgio Czajkowski afirma que a flexibilização das relações comerciais, as novas tecnologias e a necessidade de as pessoas satisfazerem suas necessidades de forma mais cômoda motivaram o aparecimento e fortalecimento de grupos virtuais para troca ou venda.
O fenômeno, porém, não se trata de uma novidade. Desde os tempos da colonização do Brasil o escambo é uma prática comum entre a população. Depois que foram criadas as primeiras moedas brasileiras, além do escambo, as pessoas começaram a usar o dinheiro para adquirir novos itens.
O que as redes sociais fizeram nos últimos anos foi ampliar o alcance e facilitar os meios de troca e pagamentos. Somente para Curitiba e região, há mais de uma centena de grupos no Facebook destinados à compra, troca ou venda de produtos. Parte dessas comunidades ultrapassa a casa dos 50 mil participantes e a grande maioria conta com publicações diárias.
O próprio Facebook reconheceu a força desse movimento e criou um sistema de negociação dentro da plataforma. Os administradores de grupos recebem alertas sobre spams e perfis falsos que podem estar mal intencionados. Já as publicações ganharam um padrão com a opção “Vender um item”, em que você insere título, foto, descrição e preço do produto.
A rede social também criou o Commerce Intellectual Property (CIPS), que permite que os titulares de direitos de propriedade intelectual façam registros de suas marcas e patentes. A ferramenta permite que os usuários localizem e informem publicações de vendas que estejam infringindo direitos de propriedade intelectual.
Para Czajkowski, os grupos virtuais são uma tendência irreversível, mas não substituem o “boca a boca”. “É a repaginação de velhas práticas para unir o útil ao agradável”, diz o especialista.