Internação Clinihauer quer conquistar clientes na Copel e Sanepar

Com 6 mil metros quadrados, a nova ala do Hospital Milton Muricy tem um pronto-socorro com 12 consultórios médicos, laboratório de exames clínicos ampliado e novas salas para exames de raio-X. O número de leitos passará de 125 para 180. O investimento é de R$ 10 milhões e o retorno é esperado para breve, diz o presidente do grupo Clinihauer, José Cândido Muricy. A intenção do grupo é conquistar mais usuários do plano de saúde com a nova estrutura hospitalar. Segundo Muricy, a meta da operadora Clinihauer é crescer 10% ao ano. A operadora faturou R$ 80 milhões em 2006 e a meta é chegar a R$ 100 milhões neste ano. "Queremos avançar em estruturas que não são nossas concorrentes, em empresas como a Copel e a Sanepar, que têm auto-gestão para atender seus funcionários". Neste ano, a Clinihauer assinou contrato com o Instituto Curitiba Saúde (ICS), que atende a funcionários públicos municipais. O retorno financeiro do investimento no setor aparece em hospitais como o Vita Batel, inaugurado em janeiro de 2005, que tem uma taxa de ocupação de 70%. "O índice ideal é 75%, então estamos muito satisfeitos", diz o superintendente do grupo, Mauricio Uhle. No Hospital da Cruz Vermelha, a ocupação tem sido de quase 100%, segundo o diretor-presidente da instituição, Lauro Grein Filho. (RF)

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Nos dois últimos anos, uma onda de investimentos privados no setor hospitalar possibilitou um acréscimo de pelo menos 250 novos leitos em Curitiba, além de novas estruturas e equipamentos mais modernos. Os investimentos batem a casa dos R$ 30 milhões e refletem dois movimentos distintos do setor: o interesse das operadoras de saúde em estruturas próprias para o atendimento de seus conveniados e a busca de grupos exclusivamente privados por uma fatia maior no mercado.

O Hospital Milton Muricy, que inaugura hoje uma nova ala na Cidade Industrial de Curitiba, segue o primeiro caminho. "Nós resolvemos investir pesadamente na estrutura hospitalar para concentrar os internamentos dos nossos usuários", afirmou José Cândido Muricy, presidente do grupo Clinihauer, que é proprietário do hospital. A operadora atende a 120 mil usuários, sendo que 105 mil estão na Região Metropolitana de Curitiba e o restante, no interior. O estabelecimento também vai atender a pacientes particulares.

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"Mas nosso investimento é voltado para atender nosso beneficiário. O hospital trabalha com funcionários próprios da Clinihauer, o que garante controle mais eficiente dos gastos e atendimento melhor", declarou.

Para Cândido, a onda de investimentos hospitalares reflete as necessidades da capital paranaense. "Curitiba tem 2 milhões de habitantes. Os hospitais existentes eram os mesmos de sempre, antigos, com número reduzido de leitos, passando por dificuldades financeiras. Necessitávamos de crescimento da oferta", observou. Já o superintendente dos hospitais do grupo Vita, Maurício Uhle, diz que o número de usuários de planos de saúde está estável nos últimos anos. "O crescimento de leitos, na nossa instituição, se destina a buscar clientes que estavam ou estão em outros hospitais", declarou.

O grupo Vita tem interesse em clientes de todas as operadoras. "Mas damos preferência àqueles que não pertencem a planos que têm estrutura hospitalar própria, e acabam sendo concorrentes diretos", disse Uhle. Segundo ele, a intenção é sensibilizar o corpo médico de Curitiba para viabilizar o crescimento da rede. "Não fazemos investimentos pesados em mídia, não é nossa intenção. Focamos nos médicos, que podem trazer um conjunto de pacientes especialmente para nosso centro cirúrgico", acrescentou.

A nova ala do Hospital da Cruz Vermelha, inaugurada em junho do ano passado, dobrou o número de leitos da instituição, que tem hoje 160. Para o diretor-presidente do hospital, Lauro Grein Filho, os investimentos recentes acompanharam o desenvolvimento de Curitiba. "A cidade está hoje muito bem atendida neste setor", afirmou.