As principais centrais sindicais do País decidiram se aliar e lançar uma campanha para manter em 2011 os ganhos obtidos nas negociações de 2010 - os maiores dos últimos anos. As organizações estão preocupadas em combater o discurso da área econômica do governo de que os aumentos reais de salários podem contribuir para elevar a inflação no segundo semestre.

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Na próxima segunda-feira (dia 13), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) anunciam uma série de mobilizações em todo o País para incentivar os trabalhadores a lutar por melhores salários.

A primeira grande ação será realizada no dia 6 de julho, escolhido como o Dia Nacional de Mobilização, quando as centrais pretendem ir a Brasília para se manifestar a favor da luta por reajustes salariais. "Não vamos aceitar esse argumento de que salário gera inflação", afirmou o secretário-geral da CUT, Quintino Severo.

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Para o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a recente desaceleração dos índices de inflação dá força aos argumentos dos trabalhadores. "O que parece é que a história de que a inflação iria estourar a meta era mais discurso que realidade", afirmou, referindo-se ao teto de 6,5% da meta oficial para a inflação, que é de 4,5% mas aceita uma margem de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima. "O governo adotou medidas para conter a inflação e não há razão para segurar os aumentos reais."

O presidente da UGT, Ricardo Patah, disse que as mobilizações serão uma resposta ao discurso da área econômica do governo. "A campanha salarial do segundo semestre será muito importante para mobilizar as categorias e acabar com essa equação retrógrada de que o ganho real vai prejudicar a sociedade. Isso é coisa de quem não tem percepção política e social", afirmou. "Ao mesmo tempo, a área econômica do governo usa argumentos errôneos para manter uma política de juros totalmente indevida."

Jornada de 40 horas

Outra campanha que as centrais pretendem retomar é a aprovação, no Congresso Nacional, da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Integrantes das entidades pretendem passar o restante do mês de junho e o início de julho, até o recesso parlamentar, em conversas com deputados e senadores para tentar incluir o projeto que reduz a jornada na pauta de votações do Congresso no segundo semestre.

A intenção das centrais é realizar mobilizações nas capitais e principais municípios da Região Centro-Oeste em 6 de julho. No dia 14, será a vez da Região Norte; dia 21, Nordeste; dia 28, Sul; e no dia 3 de agosto, Sudeste. "No início de agosto, voltaremos ao Congresso Nacional para cobrar nossa pauta de reivindicações apresentada ao governo em março, que inclui o fim do fator previdenciário, a regulamentação das terceirizações, a atualização dos índices de produtividade do campo e a reforma agrária, entre outras", disse Severo, da CUT.

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