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retrospectiva

Gugamania, É o Tchan! e ovelha Dolly: relembre o Brasil de 1997, quando a CPMF começou a reinar no país

 | Reprodução

Oito anos depois de ser extinta, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) ensaia um novo début na economia brasileira. A proposta do governo é instituir uma alíquota de 0,2% para o novo imposto, arrecadando R$ 32 milhões para cobrir o rombo nas contas públicas. Mas, antes do revival monetário, vamos à retrospectiva da vida real. Eis alguns fatos sobre o ano de 1997, quando o tributo foi aplicado pela primeira vez.

Reeleito

O ano de 1997 começou com o então presidente Fernando Henrique — de boas no arquipélago de Fernando de Noronha, Pernambuco — dizendo não ter interesse pessoal na reeleição. No ano seguinte, ele subiria pela segunda vez a rampa do Palácio do Planalto.

“I’m the king of the world”

Mas, se o presidente passeava num “modesto” iate, Kate Winslet e Leonardo Di Caprio reinavam absolutos na proa do Titanic ao som da música-chiclete “My heart will go on”, de Celine Dion. Foi o primeiro filme a arrecadar mais de US$ 1 bilhão mundialmente.

A febre do axé

É, a letra grudou na cabeça, mas talvez seja melhor soltar um “come back, Jack” do que ressuscitar as paradas de sucesso do Brasil nos idos dos anos 1990.

Vinny inundava rádios com seu hit “Heloísa, mexe a cadeira” e o axé levava o conceito hit a outro nível com suas coreografias de lambaeróbica. Entre os sucessos, estavam “Manivela”, do Asa de Águia, “Vai sacudir, vai abalar”, da Banda Cheiro de Amor, e “Pipoca”, do Ara Ketu.

Ivete Sangalo ainda era a vocalista da Banda Eva e Carla Perez, do É o Tchan, ganhava o título de musa do bumbum no carnaval da Bahia — ao longo do ano, as atenções seriam divididas com a morena Scheila Carvalho, que ganhou o posto num concurso organizado pelo programa Domingão do Faustão.

O clima festivo contagiou até o então presidente americano Bill Clinton. Um ano antes de ser pego no escândalo Mônica Lewinsky, ele foi ao Morro da Mangueira, no Rio, e ficou “feliz que nem pinto no lixo”, nas palavras imortais de Jamelão.

Manezinho do tênis

No esporte, surgia a “gugamania“. Naquele ano, Gustavo Kuerten venceu pela primeira vez o torneio de tênis de Roland Garros ao derrotar o espanhol Sergi Bruguera.

Dentadura

No cenário econômico, a mineradora Vale do Rio Doce era privatizada e a Tailândia via sua moeda desvalorizar em 18%, espalhando a crise por Filipinas, Malásia, Cingapura e Indonésia. No Brasil, FH elegia a dentadura como novo herói do Plano Real (depois ainda vieram o frango, iogurte e pão francês como garotos-propaganda da moeda) e desdenhava os riscos de a crise asiática atingir o Brasil. “Nós não somos tigre. Nós somos baleia. Tigre dá salto. Baleia se move mais devagar”, disse.

Dolly

A sonda Mars Pathfinder chegava a Marte em 4 de Julho. E cientistas tornavam pública a clonagem do primeiro mamífero, a ovelha Dolly, então com sete meses de vida.

Luto

Em 1997, o mundo ainda ficou de luto pela morte da princesa Diana, em um acidente de carro num túnel de Paris.

O Brasil perdia o casal-símbolo da intelectualidade nacional: Marieta Severo e Chico Buarque se separavam depois de 30 anos — e as brasileiras ganhavam o solteiro mais cobiçado do pedaço.

Outros tempos, mas a CPMF indica que estará de volta. O novo imposto terá duração de pelo menos quatro anos e será voltado para abastecer os cofres da Previdência. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tentou minimizar o impacto da nova cobrança sobre o bolso dos contribuintes, afirmando que é temporária e que corresponde a apenas “dois milésimos” do valor das compras feitas pelos brasileiros. A alíquota é menor do que a da CPMF cobrada pelo governo até 2007, de 0,38%.

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