O rearranjo da indústria e a desaceleração do varejo passam ao largo dos serviços de telecomunicações. Exemplo deste cenário, a GVT fecha 2014 com crescimento de 13%, chegando a uma receita de R$ 5,5 bilhões ao longo do ano nas suas operações no país.
Segundo o vice-presidente de marketing e qualidade da empresa, Ricardo Sanfelice, a receita é simples: ainda há muito mercado a ganhar. "Estamos em processo continuo de expansão geográfica de atuação", afirma. Atualmente, a empresa está situada em 156 cidades de 20 estados brasileiros. "Somos muito fortes no Sul, especialmente no Paraná, mas queremos continuar expandindo", completa.
Se o resultado for separado por produtos, o crescimento dos serviços de banda larga e TV por assinatura é ainda mais descolado do desempenho dos demais setores da economia. Nestes recortes, a alta na receita da empresa chega aos 30%. "Existem diversos vetores de crescimento. Inovamos em alguns serviços para ganhar market share", explica Sanfelice.
Segundo dados da consultoria Teleco, nos dez primeiros meses deste ano a GVT avançou um ponto porcentual na participação de mercado nos dois segmentos. A receita, segundo o executivo, foi oferecer serviços de ponta nas assinaturas padrão: pacotes de internet acima dos 20 gigabytes e canais em HD na assinatura básica.
O que pesa contra um maior crescimento da empresa é o mercado de telefonia fixa, que vem andando de lado nos últimos anos. "Ainda assim, crescemos em participação de mercado neste segmento, especialmente por conta da estratégia de combos", completa o vice-presidente da empresa. Hoje, cerca de 94% dos clientes da GVT que contam com assinatura de telefone fixo também têm internet em banda larga da empresa e 30% dos assinantes de telefonia recebem o serviço de TV por assinatura.
Neste contexto, nem mesmo o risco de crise prolongada na economia brasileira faz a empresa mudar os planos. Para 2015, a expectativa é manter o ritmo de crescimento na casa dos dois dígitos.
O plano de investimentos se mantém apesar das restrições impostas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) enquanto o processo de compra da empresa por parte da Vivo é analisado pelo órgão. Em todo o país, a empresa planeja investir aproximadamente R$ 2 bilhões a maior parte do montante destinado a expansão da rede.