Para garantir um crescimento de 30% na sua receita este ano, a operadora de telefonia GVT investirá R$ 200 milhões aos longo de 2006. Caberá ao Paraná um terço desse montante, ou R$ 73 milhões, segundo o diretor de marketing a operadora, Alcides Troller. O estado é a principal área de atuação da empresa, concentrando 262 mil dos seus 750 mil clientes. Se o aumento no faturamento se confirmar, a companhia repetirá o desempenho do ano passado, quando sua receita chegou a R$ 700 milhões, cerca de 30% acima da registrada em 2004.
Com os investimentos, a empresa pretende expandir sua cobertura e também a capacidade de atuação nas áreas onde já está instalada. Em 2005, a GVT gastou R$ 150 milhões com o mesmo objetivo. Uma das principais apostas da empresa para crescer neste ano está no serviço de banda larga. De acordo com o diretor, 10% dos atuais clientes da operadora utilizam a internet de alta velocidade. "É a maior participação entre as empresas de todo país."
Parte dos novos recursos pode ter origem no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No fim do ano passado, o BNDES aprovou um financiamento de R$ 120 milhões para a operadora, para serem aplicados até o fim de 2007. "Até hoje, todos os investimentos da empresa foram feitos com recursos próprios. A aprovação desse crédito é um reconhecimento do nosso modelo de negócios", destaca Troller.
A aprovação do financiamento pode ser também um primeiro passo para a abertura do capital da empresa. Segundo o diretor, a GVT tem planos de lançar ações em bolsa, mas o prazo em que isso seja feito depende de uma decisão dos acionistas. "Uma série de fatores influenciam essa abertura. Por isso não há uma previsão de data."
Regras
Na opinião de Troller, o crescimento da GVT há cinco anos no mercado poderia ter um ritmo mais acelerado se fossem adotadas regras mais claras de estímulo à concorrência no setor. O diretor cita, por exemplo, a chamada portabilidade numérica ou seja, uma vez adquirido, o número do telefone seria de propriedade do cliente e não da operadora. "Os transtornos da mudança do telefone desmotivam muitos usuários a trocarem de empresa. É uma lealdade forçada", diz.
As novas regras adotadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para a telefonia fixa, que trazem mudanças como a cobrança por minutos ao invés de pulsos, devem trazer mais transparência para o consumidor e, por isso, mais oportunidades para as empresas, segundo Troller. Como a GVT já adota o modelo de contagem por minutos, na prática não haverá grandes alterações para a operadora.
As mudanças terão mais impacto na operação da Brasil Telecom. Segundo o diretor regional da empresa no Paraná, Amilcar Marques, as centrais da empresa estão sendo gradativamente adaptadas. "Grande parte das mudanças deve estar concluída até o fim do primeiro semestre", diz.