Ministro da Fazenda ainda classificou a política econômica de Bolsonaro como “crime de governança fiscal”.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, atacou a situação das contas públicas deixada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmando que a equipe econômica de então – liderada por Paulo Guedes – nunca cumpriu o teto de gastos, deu um calote em precatórios e benefícios previdenciários e que cometeu o que ele classifica como um “crime contra a governança fiscal”.

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As críticas ocorreram um dia depois do IBGE divulgar um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro maior do que o esperado pelo mercado e que deve levar à reprojeção de arrecadação e gastos do governo para o ano que vem.

“O governo anterior, para tentar cumprir o teto de gastos que ele nunca cumpriu, passou a atrasar a concessão de benefícios previdenciários e formou uma enorme fila. A partir dessa fila, que representou uma economia fictícia, os beneficiários começaram a judicializar os processos, levando a uma pilha de precatórios que começaram a se avolumar no Tesouro Nacional para ser pago”, disse o ministro em entrevista à GloboNews nesta quarta (4).

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De acordo com ele, para evitar pagar essa fila de precatórios, o governo fez aprovar no Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para prolongar o pagamento destes precatórios para 2027 – que ele chama de “calote”.

“Isso não é ajuste fiscal. Isso é maquiagem, isso é fantasia, não é nem contabilidade criativa. É crime contra a população de baixa renda, em primeiro lugar, e crime contra a governança fiscal do país”, disparou.

O ministro ainda afirmou Bolsonaro fazia um “governo autoritário que pretendia fechar o regime político” que não compactuava com o crescimento econômico sustentável, e que a equipe econômica dele “não era comprometida com essa agenda”.

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Contas de Lula dispararam por causa de Bolsonaro, diz

Fernando Haddad explicou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu pagar esses precatórios em vez de deixá-los para 2027, o que significa algo em torno de R$ 100 bilhões ao ano, o que tem feito as contas públicas dispararem e serem alvos de críticas do mercado e da oposição.

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“É um susto momentâneo”, disse negando que haja um crescimento das despesas fora do controle – “estamos disciplinando os Três Poderes para buscar a verdade do que se deve ao país”, completou.

O ministro afirmou que essa é uma “herança” que ele diz ter recebido, mas que está sendo corrigida com o ajuste fiscal em cima de quem nunca pagou imposto, diferente da prática “há 500 anos” de ajustar as contas públicas sempre em cima da população.

Haddad negou, ainda, que a revisão dos gastos com benefícios – como a revisão dos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) – seja uma retomada da prática criticada por ele.

Afirmou que uma alteração nas regras do BPC em 2021 criou benefícios a quem não tinha direito, uma “irresponsabilidade” e “muito descontrole nas contas”. O que ele estendeu aos benefícios concedidos às vésperas da eleição presidencial de 2022 que supostamente estariam tentando angariar votos a Bolsonaro.

Para ele, “houve um descontrole” do CadÚnico nas eleições, e que a revisão desses gastos é para evitar que os benefícios fujam do controle para justamente cumprir a lei. “Já temos uma previsão de R$ 24 bilhões de economia no ano que vem em função destes ajustes”, pontuou.

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