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Haddad diz que Bolsonaro fez “pedaladas” e critica especulação do mercado financeiro

Fernando Haddad
Ministro da Fazenda também minimizou qualquer crise com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. (Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)

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O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, disse nesta quarta (27) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez “pedaladas” na Previdência, em benefícios sociais, precatórios e deu calote nos governadores. Foi durante uma entrevista coletiva após a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) que definiu a meta de inflação em 3% para 2025.

Haddad comentava sobre a política fiscal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que defendia as decisões tomadas até agora e criticava as projeções pessimistas feitas pelo mercado financeiro. De acordo com ele, as estimativas não condizem com os indicadores oficiais do ministério.

Ele afirmou que o governo está pagando suas obrigações e ajustando as contas “com a maior transparência possível”, “contabilizando na forma da lei”.

“Considero que quando você não paga as suas obrigações, você está pedalando, né? Antigamente, falava em pedalada era considerado crime, agora não é mais, né? Houve [no governo Jair Bolsonaro] uma pedalada da Previdência, dos benefícios sociais, dos precatórios, do calote nos governadores. Nós não estamos fazendo superávit dando calote em ninguém”, disparou o ministro.

Especulação do mercado

Fernando Haddad ainda criticou a especulação do mercado e enfatizou que as projeções carecem de consistência. Ele antecipou que o Relatório Fiscal do primeiro semestre, a ser divulgado em 22 de julho, trará dados que respaldam as estimativas da Secretaria de Política Econômica.

“É o terceiro bimestre do ano que vai trazer números completamente consistentes com as projeções da Secretaria de Política Econômica. Com o trabalho que está sendo entregue, possivelmente em 2024 teremos o melhor resultado fiscal dos últimos 10 anos”, disse.

O controle da inflação foi outro ponto destacado por Haddad, que ressaltou a continuidade dos esforços do governo e do Banco Central para manter as metas inflacionárias. Para ele, o cenário é de uma queda constante e que, no ano passado, a inflação ficou abaixo de 4,75%.

“Neste ano ficará abaixo de 4,5%”, disse Haddad lembrando que Lula, em seus mandatos anteriores, cumpriu as metas de inflação estabelecidas.

Crise com o Banco Central

Haddad também abordou a recente reunião do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, com o presidente Lula, descrevendo-a como um encontro trivial para esclarecer um item do decreto relacionado à meta contínua de inflação. A ausência do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na reunião foi motivo de especulação, mas Haddad desmentiu qualquer desentendimento ou rivalidade, explicando que a presença de Galípolo foi suficiente para resolver as dúvidas da Casa Civil.

“Aconteceu uma reunião absolutamente trivial no Palácio do Planalto. As especulações sobre o porquê um estava e o outro não estava não fazem o menor sentido,” pontuou o ministro.

Fernando Haddad também criticou a utilização de acontecimentos como a reunião para fins de especulação financeira, alegando que tais ações prejudicam a economia e a população. Ele reforçou a importância da meta contínua de inflação e do novo arcabouço fiscal, que, segundo ele, estabelecem um novo horizonte macroeconômico para o Brasil.

“Tem havido muita especulação no mercado e isso está prejudicando as pessoas. O que foi decidido hoje foi o que foi pactuado um ano atrás. Usamos esse tempo todo para entender como se procedia mundo afora, para oferecer ao país o que tem de melhor e mais moderno,” concluiu Haddad.

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