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O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, criticou o mercado financeiro nesta quarta (4) pela avaliação de que o pacote de corte de gastos está aquém do esperado para controlar o avanço das contas públicas. De acordo com ele, analistas consideram que as medidas são irrelevantes.
“Não me parece que as medidas de contenção de gastos sejam irrelevantes como alguns estão querendo fazer parecer. [...] Não concordo com a avaliação que está sendo feita das medidas que enviamos”, disse Haddad em um evento.
De acordo com ele, uma parte do mercado financeiro – a dos fundos que gerenciam aplicações – está subestimando o pacote que pretende economizar cerca de R$ 70 bilhões em dois anos. No entanto, esta meta só poderá ser alcançada se o Congresso não desidratar as propostas durante a tramitação, que devem ter a urgência votada ainda nesta quarta (4).
Haddad ressaltou que o governo enviou ao Congresso medidas consistentes para conter o avanço dos gastos públicos de agora para os próximos anos, e que o próprio setor dos bancos prestou confiança ao pacote.
“Mandamos muita coisa ao Congresso. Mexemos com BPC, abono, salário mínimo, Bolsa Família. No sentido de buscar justiça, sabendo que é necessário fazer uma contenção dos gastos para não comprometer trajetória virtuosa que vivemos”, pontuou.
A crítica do ministro é também relativa à alta avaliação negativa do mercado financeiro ao governo – de 90% – apontada pela pesquisa Quaest divulgada mais cedo. O levantamento mostrou, ainda, que 61% dos agentes o veem com uma força menor, uma “piora na percepção significativa ao longo do tempo”, pontuou Felipe Nunes, CEO do instituto.
Fernando Haddad ainda comemorou os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que o país atingiu o menor nível de pobreza e extrema pobreza no ano passado ao longo da série histórica, de 59 milhões de pessoas (24,7% da população) e de 3,1 milhões (4,4%), respectivamente.
“O IBGE acaba de dizer que estamos no menor índice de miséria da serie histórica, e conseguir fazer isso em menos de dois anos é uma coisa muito importante. Do meu ponto de vista, um país sem miséria e sem fome é a primeira providencia que qualquer estado nacional deveria almejar”, declarou o ministro.