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O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, afirmou que o governo atual está corrigindo um “déficit absurdo” de uma década, ou seja, um rombo nas contas públicas desde o primeiro governo de Dilma Rousseff (PT), em 2014.
Ele afirmou que as medidas para aumentar a arrecadação – que o governo chama de “justiça social” – encaminhadas desde o ano passado visam “corrigir em pouquíssimo tempo esse problema, virando a página dessa década trágica para as finanças públicas”, segundo disse em entrevista à GloboNews na noite de quarta (24).
"Nós estamos com um déficit absurdo há 10 anos", afirmou.
Fernando Haddad frisou que a meta deste governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é colocar as contas em ordem como ele fez em seus dois primeiros governos. Ele, no entanto, evitou citar que Dilma sucedeu o petista na presidência da República.
O ministro afirmou, ainda, que este problema das contas públicas foi “herdado de muitos anos”, e citou um suposto rombo de R$ 200 bilhões deixado por Jair Bolsonaro (PL), e que levou ao então governo de transição após as eleições negociar com o Congresso a chamada “PEC fura-teto” para recompor o orçamento de áreas do governo e a recriação de programas sociais.
“Vamos fazer o que for necessário para colocar o país em ordem e com justiça social. Não queremos prejudicar o crescimento, não queremos prejudicar os mais pobres, o pobre tem que estar no orçamento, mas quem não paga imposto tem que voltar a pagar”, ressaltou.
De acordo com ele, entre as medidas para “corrigir” o rombo estão as novas regras do arcabouço fiscal e os novos impostos aprovados pelo Congresso para reduzir os gastos tributários do governo que “não se justificavam mais”.
“Uma série de pessoas que não pagavam impostos como fundos em paraísos fiscais, ou em paraísos fiscais criados artificialmente dentro do próprio país em contas segregadas, uma série de anomalias do nosso sistema tributário que procuramos corrigir ainda em 2023”, disse.
O mnistro ressaltou que o governo vai entrar um orçamento fiscal do ano que vem “bastante consistente”, e que a meta de zerar o rombo deste ano ainda não foi alcançada por causa da recusa do Congresso em aprovar o fim da desoneração da folha de pagamentos e do Perse. “Se a Medida Provisória que encaminhamos ano passado tivesse sido aprovada na íntegra, eu diria com grau elevado de confiança que iríamos atingir o objetivo de equalizar as contas primárias”, completou.
Haddad também afirmou que o ministério já tem vários cenários traçados para a segunda etapa da reforma tributária, que incidirá sobre o Imposto de Renda, e devem ser levados a Lula ainda neste segundo semestre.