O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (28), que existe "muito espaço para um corte razoável" na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para começar no dia 1º de agosto. O ministro defendeu que os "ventos estão favoráveis" para baixar os juros, que atualmente estão em 13,75% ao ano.
“Apesar do índice de desemprego estar abaixo da média dos últimos anos para o mês, a economia está sofrendo um processo de desaceleração por conta do juro real na casa de 10%, o que é quase o dobro do país que mais cobra juros depois do Brasil. Os ventos estão favoráveis. O mundo está olhando para o Brasil com outros olhos e outra percepção. E está mais do que na hora de nós alinharmos a política fiscal e monetária para o Brasil voltar a sonhar com dias melhores”, disse o ministro entrevista coletiva, informou a Agência Brasil.
Para Haddad, o caminho para o corte da Selic já está pavimentado. “Com certeza o caminho está pavimentado. No começo do ano, a pergunta era se o juro iria cair. Depois, passou a ser quando o juro ia cair. E, agora, quanto", disse o ministro. “Estamos muito distantes do que o BC [Banco Central] chama de juro neutro, que é inferior a 5%. Estamos com o dobro do juro neutro. Então há um espaço generoso para aproveitar”, acrescentou.
Questionado sobre qual seria o número ideal para a Selic, Haddad sinalizou a possibilidade de chegar ao patamar neutro a partir de um corte de 5% na taxa. “Eu imagino um número. Vamos fazer uma conta simples. Se nós quisermos atingir um patamar de juro neutro, temos que cortar 5% a taxa de juro real, o que dá dez [reuniões do] Copom a meio por cento. Dez Copons é quase até o final do mandato do atual presidente do Banco Central [Roberto Campos Neto]. Ele tem 12 Copons. Então dá para ele ficar com muita vantagem. E ele ainda ficará acima do juro neutro”, apontou.
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