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Taxa de juros

Haddad diz que explicações sobre Selic são “técnicas e adequadas” e afasta diferença entre diretores

Fernando Haddad
Ministro da Fazenda ainda minimizou diferença dos votos entre indicados por Bolsonaro e por Lula na decisão. (Foto: Washington Costa/Ministério da Fazenda)

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O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, afirmou nesta terça (14) que a explicação dada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para a redução menor do que o esperado da taxa Selic foi técnica e adequada. O colegiado decidiu cortar apenas 0,25 ponto percentual em vez dos 0,50 esperados, mas foi uma decisão apertada que dividiu os diretores.

De acordo com a ata, cinco indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram a favor da redução mais moderada, enquanto que os quatro indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendiam o corte maior. O voto do mandatário do BC, Roberto Campos Neto, foi decisivo – ele é alvo constante de críticas do petista.

Haddad, no entanto, minimizou essa diferença entre os indicados e disse que a decisão foi puramente técnica, concordando com o corte menor do que esperado.

“Muito técnica e adequada a ata, em linha com o que eu de fato esperava. Entendi que eram duas posições técnicas, respeitáveis, e a ata deixou claro que os argumentos de lado a lado eram pertinentes e defensáveis. Foi bom”, disse Haddad.

Para ele, não há diferença entre os diretores indicados por um ou por outro presidente, e o mercado financeiro já entendeu isso. “Ela [a diferença] se dissipou com a ata, como nós prevíamos. Tinha mais rumor do que verdade, tá tudo tranquilo lá”, pontuou.

Os integrantes do Copom que defendiam um corte maior, de meio ponto percentual, compartilharam da percepção do aumento das incertezas internas e externas entre as reuniões de março e de maio e do firme compromisso com o atingimento da meta e da reancoragem das expectativas.

O ponto de divergência entre as duas alas da diretoria do BC foi sobre o custo de oportunidade de não seguir o guidance. Eles avaliaram se o cenário prospectivo divergiu significativamente do esperado, a ponto de valer o custo reputacional de não seguir o guidance, o que poderia levar a uma redução do poder das comunicações formais do comitê.

Haddad afirmou que, no caso da inflação, o comitê precisa perseguir o centro da meta, e que um índice dentro das bandas seria “para casos excepcionais”. Para este ano, a meta estabelecida é de 3%, com uma variação de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

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