Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Legislativo

Haddad terá que dar explicações ao Senado sobre taxação de big techs

Fernando Haddad
Senadores da Comissão de Assuntos Econômicos querem que Haddad explique proposta que pode render R$ 5 bilhões aos cofres públicos. (Foto: Sebastião Moreira/EFE)

Ouça este conteúdo

Os senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovaram nesta terça (10) um requerimento para que o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, preste esclarecimentos sobre a possibilidade de se criar um novo tributo voltado às big techs. O pedido foi apresentado pelo senador Flávio Azevedo (PL-RN) com base em informações publicadas pela imprensa.

De acordo com ele, as informações publicadas pela mídia apontam que o novo imposto poderia arrecadar até R$ 5 bilhões para compor as receitas do governo no ano que vem. O secretário-executivo da pasta confirmou recentemente essa possibilidade. No entanto, Azevedo afirmou que a proposta pode bater de frente com a reforma tributária aprovada recentemente, que busca simplificar a cobrança de impostos e teve um “amplo e longo debate”.

“Um novo pedido de tributação em cima dessas empresas que já pagam tributo. [...] Tudo o que o governo faz é imposto, imposto, imposto para cobrir o orçamento que é impossível de ser coberto, porque as despesas estão cada dia mais descontroladas. Isso é tremendamente injusto”, pontuou.

Para ele, Haddad lança “balões de ensaio para testar a opinião pública” e não caberia neste momento. O presidente da sessão, senador Izalci Lucas (PL-DF) emendou a crítica e afirmou que o Orçamento de 2025 "tá todo ele baseado em aumento de imposto".

Recentemente, o próprio relator da peça orçamentária, senador Angelo Coronel (PSD-BA), afirmou que é “inconcebível” propor qualquer nova tributação ao Congresso para fechar as contas do próximo ano. Azevedo também pretende cobrar explicações para o controle das contas públicas.

A crítica foi em cima principalmente da possibilidade de se aumentar as alíquotas do imposto de renda sobre tributos cobrados de empresas, como os Juros sobre Capital Próprio (JCP) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Sobre a tributação das big techs, Azevedo explicou que “o requerimento também encontra amparo no fato de que tramitam nesta Casa Legislativa diversos Projetos de Lei prevendo a oneração das plataformas digitais e, caso seja verídica a informação, há que se considerar a nova situação nos projetos em tramitação. Afinal, há um limite de carga tributária a ser aplicada aos contribuintes”.

O pedido faz uma série de questionamentos, entre eles a apresentação dos dados utilizados pelo ministro para justificar a expectativa de arrecadar R$ 5 bilhões, qual seria o fato gerador do tributo, impactos “quantitativos e qualitativos”, a alíquota e destinação previstas, entre outros.

“É preciso obter informações em face de rumores que podem gerar instabilidade na economia e na vida dos cidadãos brasileiros, afinal, as plataformas digitais estão no cotidiano de cada brasileiro das mais diferentes formas”, justificou.

Ainda não há prazo para o envio das respostas aos questionamentos. A Gazeta do Povo procurou o Ministério da Fazenda para comentar a aprovação do requerimento e aguarda retorno.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.