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Dólar recorde

Haddad atribui falha de comunicação por escalada do dólar e descarta baixar IOF

Fernando Haddad
Fernando Haddad se reunirá com Lula na quarta (3) para discutir cortes nos gastos do governo e tentar acalmar o mercado financeiro. (Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)

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O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, minimizou nesta terça (2) a escalada recorde do dólar que chegou a bater os R$ 5,67 pela manhã após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar que “há um jogo de interesse especulativo” no mercado financeiro.

As sucessivas falas de Lula nas últimas semanas contra a decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros a 10,5% e questionar a necessidade de cortar gastos do governo fizeram o mercado financeiro ficar mais cauteloso, elevando a cotação da moeda norte-americana.

Haddad, no entanto, atribui a uma falha na comunicação que precisa ser acertada, principalmente em relação à autonomia do Banco Central, bastante questionada por Lula.

“Eu acredito que o melhor a fazer é acertar a comunicação, tanto em relação à autonomia do Banco Central, como o presidente [Lula] fez hoje de manhã, quanto em relação ao arcabouço fiscal. Não vejo nada fora disso. Autonomia do Banco Central e rigidez do arcabouço fiscal. É isso que vai tranquilizar as pessoas. É mais em comunicação do que de outra coisa”, disse a jornalistas mais cedo no ministério.

O ministro afirmou que Lula está preocupado com a escalada do dólar e confirmou que terá uma reunião com ele na quarta (3) para discutir a situação fiscal do país. Entre os assuntos, está a proposta para equilibrar as contas públicas e convencer o mercado financeiro de que o governo está comprometido com o ajuste.

“E ele [Lula] está preocupado hoje mesmo. Ele elogiou o arcabouço fiscal, elogiou a autonomia do BC e é nessa linha que nós vamos despachar com ele amanhã [quarta, 3]. Esses rumores, sinceramente, eu penso que é de gente interessada. Eu não sei de onde saem essas questões. Não é normal. Quando me perguntam eu respondo aquilo que nós estamos trabalhando. Nós estamos trabalhando na agenda fiscal”, pontuou.

O dólar vem renovando quase que diariamente o recorde da cotação sem interferência do Banco Central como já ocorreu em situações passadas. Apesar disso, Haddad afirmou que não pretende adotar nenhuma medida fiscal específica, como reduzir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide na compra e venda da moeda.

“Aqui na Fazenda, nós estamos trabalhando uma agenda eminentemente fiscal [relacionada com as contas públicas] com o presidente [Lula] para apresentar para ele propostas para cumprimento do arcabouço em 2024, 2025 e 2026”, pontuou.

Um pouco mais cedo, Lula afirmou que “há um jogo de interesse especulativo contra o real” no país, e confirmou que terá uma reunião com a equipe econômica em Brasília na quarta (3). Ele está na Bahia nesta terça (2) para anunciar investimentos federais no estado.

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