O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, viaja à Paris na noite desta quarta (21) para participar da cúpula sobre o Novo Pacto de Financiamento Global, um evento promovido pelo presidente francês Emmanuel Macron. O ministro vai encontrar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que já está na Europa participando de reuniões bilaterais com líderes da Itália e da França.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o evento pretende discutir formas de tornar o sistema financeiro internacional mais responsivo para combater desigualdades e financiar a transição climática. No entanto, a expectativa é de que Haddad e Lula também discutam com o presidente francês uma solução para o impasse criado pelo parlamento do país para o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
Na última segunda (19), durante uma live, Lula disse que terá um almoço com Macron para discutir as restrições criadas pelo parlamento francês que criam barreiras para a comercialização de produtos brasileiros na União Europeia.
“Eu quero discutir com o Macron a questão do parlamento francês que aprovou o endurecimento do acordo Mercosul-União Europeia. A União Europeia não pode tentar ameaçar o Mercosul de punir se não cumprir isso ou aquilo. Se nós somos parceiros estratégicos, você não tem que fazer ameaça, precisa ajudar”, disse na live.
A ameaça a que Lula se referiu foi o aditivo aprovado pelo parlamento francês ao acordo comercial que cria duras exigências de sustentabilidade aos parceiros sul-americanos, como impedir que produtos supostamente oriundos de áreas florestais desmatadas sejam vendidos nos 27 países do bloco europeu, como commodities agrícolas e pecuárias.
Especialistas afirmam, no entanto, que as restrições não passam de protecionismo dos europeus para evitar a fuga de investimentos em economia verde e tecnologia para outros países, principalmente Estados Unidos e China.
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