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Inflação deve ficar dentro da meta em 2024, diz Haddad
Haddad avalia que a seca e o câmbio causam mais impacto na inflação do que o impulso maior nos preços.| Foto: Diogo Zacarias/MF.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (24) que a inflação deve fechar 2024 dentro da meta. A declaração ocorre após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação, registrar alta de 0,54% em outubro.

Segundo o IBGE, o resultado foi puxado principalmente pelo avanço dos preços da energia elétrica. Haddad ressaltou que a equipe econômica está preocupada com o impacto da seca, que pressiona o preço dos alimentos e da energia elétrica no país.

No acumulado de 12 meses, o indicador alcançou 4,47%, próximo ao teto da meta, fixado em 4,5%. A meta da inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

“Embora os núcleos [de inflação] tenham apontado uma variação superior à esperada, a inflação deve ficar dentro da meta. No meu ponto de vista, a alta tem mais a ver com a questão do câmbio e da seca do que propriamente com algum impulso maior nos preços reiterados”, disse Haddad.

Os núcleos são medidas utilizadas para captar tendências da inflação. A ferramenta “permite distinguir movimentos transitórios e pontuais nos preços de alterações persistentes e generalizadas, fornecendo uma informação mais precisa sobre a tendência dos preços”, segundo o Banco Central.

Com isso, os preços mais voláteis, como alimentos in natura e combustíveis, não são incluídos nos cálculos dos núcleos. Para conter o avanço da inflação, o BC aumenta a taxa básica de juros, a Selic.

No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, de 10,50% para 10,75% ao ano. Para o colegiado, a decisão foi “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”.

Haddad defende o fortalecimento do arcabouço fiscal

O ministro conversou com jornalistas no intervalo da 4ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do G20, em Washington, nos Estados Unidos, informou a Agência Brasil. Ao lado do presidente do BC, Roberto Campos Neto, Haddad reforçou que as regras do arcabouço fiscal não devem ser revistas.

"É o fortalecimento de uma decisão que já foi tomada. É diferente de você fazer bloqueio de contingenciamento, que são momentâneos ali para fazer com que a lei aprovada pelo nosso governo seja respeitada. Nós estamos trabalhando em questões estruturais", afirmou o ministro.

Quanto ao pacote de corte de gastos obrigatórios previsto para ser anunciado em novembro, Haddad não deu detalhes, mas disse que as medidas em estudo são necessárias para reforçar os parâmetros do arcabouço fiscal, como limite de gastos e metas de déficit primário.

“Do meu ponto de vista, não se trata de [o arcabouço fiscal] ser reformulado. Trata-se de ser reforçado, garantir aos agentes econômicos, trabalhadores, empresários, cidadãos, de uma maneira geral, investidores, que aqueles termos, aqueles parâmetros são críveis dinamicamente, no médio e no longo prazo”, acrescentou o ministro.

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