O ministro da Fazenda, Fernando Haddad| Foto: Reprodução/Canal Gov
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou a nova alta da taxa Selic para 14,25% ao ano e lembrou que a decisão do Banco Central (BC) já era esperada desde o fim do ano passado. Para Haddad, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, tem trabalhado a partir da “herança” que recebeu do ex-presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

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“Eu penso que esse aumento [da Selic] estava contratado pela última reunião do Copom do ano passado. Ainda sob a presidência do antigo presidente do Banco Central, nomeado pelo Bolsonaro, você contratou três aumentos bastante pesados na Selic, na última reunião do ano passado”, disse Haddad, nesta quinta-feira (20), em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“Você, na presidência do Banco Central, não pode dar um cavalo de pau depois que assumiu, isso é uma coisa muito delicada. O novo presidente e diretores têm uma herança a administrar, assim como eu tinha uma herança a administrar depois de Paulo Guedes”, continuou.

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Haddad culpa governo Bolsonaro por problemas na Economia

Haddad ainda reclamou da transição de governo e culpou a gestão Bolsonaro pelos problemas na Economia.

Depois de relatar problemas que teve para administrar a herança deixada pelo antecessor, o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, Haddad disse que o governo Lula cumprirá a meta fiscal.

O ministro também disse acreditar que o Banco Central fará a sua parte para cumprir a meta de inflação.

“Os técnicos do Banco Central são qualificados, respeitáveis, e vão fazer e buscar o melhor pelo país”. Mas têm um trabalho a fazer”, afirmou.

“O Executivo também tem trabalho a fazer, marco fiscal a cumprir. Vamos este ano cumprir os nossos compromissos de meta. E o Banco Central tem a meta de inflação para cumprir, assim como eu tenho a meta fiscal a cumprir. São metas sempre exigentes, mas temos que buscar”, completou.

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Haddad questiona pesquisa que mostra rejeição do mercado ao governo

Quando confrontado com o resultado de uma pesquisa divulgada pela Quaest, na quarta-feira (19), que mostra o descontentamento do mercado com a condução da política econômica do país, Haddad questionou o método utilizado para elaboração da pesquisa.

“Dependendo de onde você fizer a pesquisa, o resultado vai sair de um jeito. Se você for em São Bernardo do Campo e fizer uma pesquisa com 100 trabalhadores no chão de fábrica, você vai ter uma situação. Se você for na Faria Lima perguntar para 100 pessoas, vai sair de outro jeito”, disse o ministro ao afirmar que o levantamento da Quaest “não vale como pesquisa”.

O levantamento, realizado com 106 agentes entre analistas, gestores, economistas e tomadores de decisões, aponta uma preocupação cada vez maior com a condução da política econômica brasileira.

Para 99% dos entrevistados, o governo está mais preocupado com a popularidade do presidente Lula (PT) do que com o equilíbrio das contas públicas.

De acordo com a pesquisa, o trabalho de Haddad na Fazenda é avaliado como negativo por 58% dos entrevistados, enquanto que o positivo despencou para apenas 10%. É uma inversão do que foi apontado na última pesquisa de dezembro, quando o trabalho de Haddad tinha 41% de aprovação

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Isenção do IR

Ao defender a proposta do governo para isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês, o ministro Fernando Haddad disse que acredita na aprovação da medida no Congresso porque a “extrema direita” não terá argumentos contra a isenção.

“Não consigo enxergar alguém da extrema direita subir na tribuna e dizer que quem ganha até R$ 5 mil tem que pagar imposto”, afirmou.

Ainda, segundo o ministro, a isenção não acarretará prejuízo para os estados e não significa aumento de impostos. Para Haddad, a atualização da tabela do Imposto de Renda e a taxação dos chamados super-ricos é uma questão de “justiça social”.

“Simplesmente você troca de mão. Cobra quem não paga e isenta que está pagando além da conta”, disse.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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