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Haddad minimiza alta da inflação em julho e alfineta BC para reduzir juros

Fernando Haddad
Ministro diz que alta de 0,38% da inflação já era esperada devido às circunstâncias econômicas fora do país. (Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)

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O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, minimizou o aumento da inflação em julho acima do esperado pelo mercado financeiro e ainda alfinetou o Banco Central de que o índice não será reduzido com o aumento da taxa básica de juros.

A declaração ocorreu pouco depois do IBGE divulgar nesta sexta (9) que o IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, subiu 0,38% no mês, pouco acima dos 0,35% previstos pelo mercado financeiro. Haddad, no entanto, diz que essa alta já era esperada.

“Nós esperávamos [o aumento da inflação] que, em função do que está acontecendo no mundo, houvesse alguma mexida na inflação desse ano. Mas, vamos acompanhar com calma, [...] tem muita coisa para acontecer neste ano ainda sobretudo no cenário internacional”, disse Haddad a jornalistas no ministério.

O IBGE apontou, ainda, que a inflação atingiu o teto da meta de 4,5% no acumulado de 12 meses, o que influencia diretamente na definição da taxa básica de juros – atualmente em 10,5%. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) apontou que a Selic seguirá neste patamar ou pode até aumentar para que se chegue o mais próximo possível do centro da meta, de 3%.

Haddad criticou essa possibilidade de se controlar a inflação através da taxa de juros, afirmando que “ele [o Banco Central] não vai corrigir a inflação de2024 aumentando os juros”.

“Tem que ver a trajetória da inflação ao longo dos meses para saber qual é o remédio adequado pra conter um eventual aumento de preços. Inclusive porque tivemos boas notícias em relação à cesta básica, preço de alimentos”, disse.

Ainda segundo o ministro, é preciso acompanhar estes indicadores “sem ansiedade” para tomar as medidas necessárias para ajudar no crescimento da economia e na redução da inflação.

A referência de Haddad sobre os alimentos se dá pela demonstração do IBGE que este segmento teve uma queda de 1% nos preços em julho, com destaque para o tomate (-31,24%), cenoura (-27,43%), cebola (-2,84%) e batata inglesa (-7,48%).

Por outro lado, o relatório do IBGE aponta que as passagens aéreas foram as maiores vilãs da inflação no mês, com uma alta de 19,39%. O preço do etanol também ajudou na piora do índice, com uma alta de 5,9%.

No acumulado apenas deste ano, a inflação do país é de 2,87%. Ao final de 2024, analistas do mercado financeiro projetam uma alta de 4,12%, de acordo com o mais recente Relatório Focus desta semana.

A expectativa vem subindo gradativamente a cada semana e preocupa o governo, como disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na reunião ministerial desta quinta (8) – embora considere que está “totalmente equilibrada”.

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