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Tributação

Haddad nega que compensação da desoneração da folha fará preços subirem

Fernando Haddad
Ministro diz que proposta ainda pode ser modificada, mas que foi necessária por decisão tomada pelo Congresso. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

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O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, negou na manhã desta segunda (10) que a medida provisória que restringe os créditos de PIS/Cofins para compensar a desoneração da folha de pagamentos fará os preços subirem – impactando diretamente na inflação do país.

A declaração foi dada após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, e de vir à tona que as distribuidoras de combustíveis podem começar a elevar os preços da gasolina e do diesel a partir desta terça (11). Este é um tema sensível ao governo.

A medida foi necessária após a aprovação pelo Congresso, em 2023, das desonerações sem a devida fonte de receita para 2024. Haddad explicou que a medida é uma resposta a uma decisão do Congresso que não envolveu o Executivo.

“É uma compensação de uma decisão que foi tomada pelo Congresso Nacional sem a participação do Executivo. E não excluo a possibilidade, no diálogo com o Congresso, em virtude da decisão do Supremo, nós construirmos alternativas”, afirmou.

Segundo Haddad, a devolução do crédito de exportação do PIS/Cofins continua garantida, e que a principal questão que está gerando ruído envolve empresas exportadoras.O ministro prometeu ajustar a medida para que se alinhe com a Reforma Tributária.

Fernando Haddad defendeu a transparência no uso dos créditos tributários, argumentando que a renúncia fiscal cresceu de R$ 5 bilhões em 2019 para R$ 22 bilhões em 2022 sem mudanças na legislação que justificassem esse aumento. O ministro pediu apoio aos empresários e informou que passou o fim de semana em diálogo com líderes empresariais para defender a medida provisória.

Ele ainda ressaltou que o foco do governo é dar clareza aos custos tributários e criticou a falta de transparência anterior. “A sociedade não conhece em detalhes e que é preciso abrir as informações dos beneficiados”, disse.

Ajustes podem ser feitos

O ministro Fernando Haddad afirmou acreditar que, com um trabalho intenso e focado, será possível ajustar a medida conforme necessário. “[O prazo curto] pode ser favorável. Se trabalharmos intensamente o tema, nós vamos chegar à correção que nós pretendemos do que nos parece ser um desvio de finalidade daquilo que está em vigor”, completou.

Para enfrentar isso, disse, o governo lançará um sistema operacional a partir de 17 de junho de 2024, que fornecerá um “placar em tempo real” das renúncias fiscais, permitindo um maior controle sobre o uso dos créditos.

“O que a Receita quer é fazer um sistema mais transparente, que possa, por meio de um sistema operacional, identificar se a compensação de crédito está sendo feita na forma da lei. A impressão que dá é que não está acontecendo. Ou está acontecendo de forma indevida”, pontuou.

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