Haddad busca apoio do Papa Francisco para formar aliança global para taxar super-ricos.| Foto: Servizio Fotografico/Vatican Media
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O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, se reuniu com o Papa Francisco nesta quinta (6), no Vaticano, durante a viagem oficial que faz à Itália para tratar de relações bilaterais com o bloco europeu.

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O encontro ocorreu mais cedo e, embora não tenha tido o conteúdo divulgado oficialmente pelo governo, tratou da proposta de se criar uma taxação dos super-ricos para o combate à miséria e pobreza.

“Em visita ao Papa Francisco, no Vaticano. Uma inclinação afetuosa do espírito para a vida é o caminho para uma sociedade mais justa, fraterna e solidária. Uma economia global de laços que combatam a miséria e a pobreza”, disse Haddad pelas redes sociais logo após o encontro com o líder da Igreja Católica.

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O Vaticano divulgou nas redes sociais um vídeo curto mostrando a chegada de Haddad ao encontro com o pontífice e a troca de presentes entre eles. O ministro presenteou Francisco com uma cuia de chimarrão em alusão ao povo gaúcho e à tragédia no Rio Grande do Sul.

Também levou ao pontífice o livro “Entre Franciscos: o Santo e o Papa”, escrito pelo ex-deputado federal Gabriel Chalita, que relata um encontro fictício entre o Papa Francisco e São Francisco de Assis. Em troca, o ministro recebeu a Medalha Pontifícia, concedida a quem participa de audiências com o líder da Igreja Católica.

Em nota, o Vaticano afirmou que o responsável pela economia do governo brasileiro participou, na quarta (5), do workshop promovido pela Pontifícia Academia das Ciências, com o tema: "Como lidar com a crise da dívida no Sul Global".

No evento, ele falou sobre as “propostas de reformas da dívida internacional e tributária para financiamento sustentável e reformas domésticas para reduzir a frequência, duração e custos das crises da dívida soberana”.

O Papa defendeu que “devemos pensar em uma nova arquitetura financeira internacional que seja audaz e criativa”. "Nesse caminho é indispensável agir de boa fé e com verdade, seguindo um código de conduta internacional com normas de valor ético que tutelam as negociações”, disse Francisco após o workshop.

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Haddad se reuniu com ministros da Itália e da Espanha

Pouco antes do encontro com Francisco, Haddad se reuniu com o ministro italiano de Economia e Finanças, Giancarlo Giorgetti, com quem discutiu a proposta de taxação dos super ricos “para combater a fome e as mudanças climáticas implica numa cooperação global para além das relações bilaterais entre blocos e países”.

Além disso, ele teve uma audiência com o ministro da Economia da Espanha, Carlos Cuerpo, em Roma, para debater as relações bilaterais entre o Brasil e o país e entre a América do Sul e a União Europeia. O ministro brasileiro destacou que o tema “é de interesse mútuo”.

“São economias complementares que podem gerar parcerias comerciais e estratégicas do ponto de vista ambiental, da defesa da democracia e da justiça tributária e social”, afirmou Haddad.

Cuerpo também comentou a visita e destacou a “aliança estratégica para promover iniciativas globais. Acordamos em continuar a aprofundar os nossos laços econômicos e comerciais”.

Combate às mudanças climáticas

Os encontros também trataram de iniciativas de combate às mudanças climáticas, em que Haddad lembrou da tragédia no Rio Grande do Sul que “milhares de famílias deixaram suas casas por causa de um evento extremo”.

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“É preciso repensar os órgãos multilaterais e financiamentos para combater a crise climática de natureza global. Os estados nacionais estão endividados, com fragilidade fiscal. A taxação dos super-ricos coloca uma questão: enfrentar a desigualdade”, pontuou ressaltando a necessidade da taxação.

Para ele, isso é “um símbolo de um caminho a ser percorrido por todos nós com cooperação internacional”. “Por isso estamos no Vaticano, é um lugar apropriado para soluções edificantes”, completou.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]