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O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, sinalizou nesta terça (5) que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve crescer 3% neste ano, principalmente por conta do resultado do terceiro trimestre que contrariou as expectativas do mercado e fechou com uma leve alta de 0,1% -- até então, as projeções eram de recuo de 0,3%.
A boa expectativa para a soma das riquezas produzidas pelo país foi dada durante a live semanal “Conversa com o Presidente”, em que foi um dos “convidados” de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para fazer um balanço da participação na viagem ao Oriente Médio e Europa, além de uma projeção das ações do ministério nos 11 meses de governo.
“Nós vamos crescer 3% neste ano. Atingimos uma taxa de juros muito elevada em julho, o patamar mais alto, e o Banco Central começou a cortar a partir de agosto. Então eu quero crer que, com as medidas que estamos tomando no Congresso, aprovando as medidas que encaminhamos, inclusive a reforma tributária [...] acho que o brasileiro pode esperar uma economia cada vez mais forte”, disse Haddad fazendo uma exaltação do “legado” que Lula vai deixar no governo (veja o trecho).
A previsão de Haddad é próxima dos 2,84% previstos por analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central no Relatório Focus desta semana (veja na íntegra) e contrasta com as primeiras análises formuladas no começo do ano, de que o PIB cresceria 1,2% segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI). Outras entidades previram um crescimento maior, mas com um certo pessimismo no começo do novo governo.
O aumento da previsão foi lembrado pelo ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), que lembrou que Lula conversou com Kristalina Georgiev, diretora-geral do FMI, no começo do ano, que a instituição iria se surpreender com o crescimento da economia brasileira.
“O senhor lembra da sua conversa com aquela senhora do FMI lá no Japão no início do ano? Há pouco saiu o resultado do PIB no trimestre, em que o mercado falava em -0,3%, e cresceu 0,1%. Com isso, o Ministério do Planejamento e a equipe do ministro Haddad estão vibrando porque isso é a garantia de que o PIB deste ano cresce mais do que 3%, 3,1%, 3,2%”, afirmou Pimenta (veja o trecho).
Além de falar sobre o crescimento do PIB, Haddad também explicou sobre alguns dos acordos fechados com os países árabes, como a expectativa de investimento de US$ 10 bilhões pelo governo da Arábia Saudita em obras de infraestrutura e exploração de minerais críticos, além de um volume menor do governo do Catar – sem mencionar valores.
Ele afirmou, ainda, que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vai financiar programas de transição energética no Brasil, que foram acertados durante a COP28 de Dubai, e que o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Schoz, vai promover uma nova rodada de investimentos de empresários do país no Brasil, principalmente de geração de energia limpa, exploração de minérios críticos e produção manufatureira.