O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, comemorou nesta sexta (1º) o crescimento de 0,9% do PIB brasileiro (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre do ano divulgado mais cedo pelo IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O resultado foi maior do que o esperado pelo mercado e impulsionado principalmente pelo setor da indústria (0,9%) e dos serviços (0,6%).
O crescimento do PIB no segundo trimestre do ano soma 3,7% no semestre, o que deve compensar uma desaceleração já prevista pela equipe econômica no terceiro trimestre do ano, segundo o ministro.
“O terceiro trimestre é meio chave para as nossas projeções futuras, [sendo que] agosto está melhor que julho, mas ainda não fechou [a apuração do] mês. Mas, como eu já disse semanas atrás, temos preocupação com a atividade do terceiro trimestre”, afirmou o ministro após uma reunião em São Paulo no gabinete local do ministério.
De acordo com ele, a preocupação com o terceiro trimestre se dá também por conta do desempenho da economia em julho, que teve uma perda de arrecadação. “Foi um problema localizado em algumas empresas que recolheram pouco imposto de renda, queremos entender o porquê”, disse.
Haddad vê que o segundo trimestre “veio forte” e deve garantir um crescimento “em torno de 3%, pode ser 2,9% ou 3,1%”, mas que a equipe econômica está olhando com atenção os resultados que serão apurados sobre o terceiro trimestre para tomar as medidas que forem necessárias “para não deixar que uma eventual desaceleração da economia afete os resultados deste ano e do ano que vem”.
Ele ressaltou que as projeções de mercado eram de que o crescimento do PIB no ano não alcançaria nem 1%, enquanto que o ministério trabalhava com algo em torno de 2%. Haddad disse que espera que o Congresso aprove as medidas econômicas enviadas pelo ministério para equilibrar as contas públicas e que, em paralelo, vão ajudar na retomada do crescimento.
Um pouco mais cedo, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o rombo de R$ 35,9 bilhões nas contas públicas – o segundo pior da série histórica – está dentro do previsto e que não há qualquer alteração nas metas previstas para o ano.
“Temos que aprovar as medidas que foram endereçadas [ao Congresso], temos uma melhoria no ambiente político para que essas medidas sejam analisadas com cautela e generosidade. O Brasil precisa tomar medidas que promovam um reequilíbrio das contas, mas, ao mesmo tempo, temos que alavancar o crescimento econômico do país”, afirmou o ministro.
Ainda segundo Fernando Haddad, as medidas enviadas ao Congresso são razoáveis e corrigem distorções ocorridas no passado. No entanto, projetos como a taxação de offshores e de fundos fechados estão gerando discussões antes mesmo da efetiva tramitação no parlamento.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast